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Edição 587

Trofa perde mais uma parte da sua história – Parte 1

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Dia 2 de setembro de 2016 ficará para sempre marcado nas páginas da história da Trofa, por aquilo que alguns apelidam de “avançar rumo à modernidade”. Bem sei que alguns dirão, mas afinal o que aconteceu de importante no dia 2 de setembro? Não tive conhecimento!!!
Outros: Ah…, foi o dia do passeio sénior 2016 a Lamego com a presença do Sr. Presidente da Câmara, Dr. Sérgio Humberto. Mesmo de férias não podia perder a oportunidade de acompanhar os 1400 seniores que foram a Lamego.
Pois bem, com todo o respeito pelos seniores da Nossa Trofa, porque a todos considero e respeito como fonte de experiência de vida e saber, foi também nesse dia, que todos Nós e estes inclusivamente, viram desaparecer um pedaço da história da Trofa.
Mas a história mais remota deixarei para uma próxima crónica.
Hoje gostaria de partilhar alguns factos que me parecem relevantes para conhecermos a forma de governar a Trofa e a forma … pouco transparente, (e mais não digo) como se gerem processos que considero importantes para a memória coletiva de todos.
Como sabem a Ponte da Peça Má deixou de ser utilizada pela Linha de Comboio de Guimarães desde 2002, altura que a troco de uma promessa de trazer a modernidade, uma vez mais, com a promessa do transporte público metropolitano, o Metro, desativaram e removeram essa linha para dar lugar à linha do Metro à Trofa que até hoje não saiu do papel, com responsabilidades para todos os partidos do arco do poder, incluindo PS, PSD e CDS.
Mas se esta aspiração de justiça, com o alargamento da Linha do Metro à Trofa, é insistentemente dada como uma luta nunca esquecida ou perdida, tal já não se poderá dizer em relação à defesa da “Ponte da Peça Má”.
Esta ponte hoje já não existe, perdeu-se na inércia e decisão de um executivo que afirma a decisão de nada fazer como um ato de gestão, permitindo que a Metro do Porto tomasse a decisão de a demolir, sem ouvir ou conhecer pareceres ou alternativas que permitissem conciliar a necessidade de segurança (consensual) com a preservação de uma ponte com história.
Despromovida inclusive de “ponte” a “pontão”, a Câmara em comunicado, laconicamente, lava suas mãos como Pilatos e afirma “A demolição do Pontão do antigo caminho de ferro, localizado no lugar de Peça Má, na EN14, é da exclusiva responsabilidade da Metro do Porto”, como se a Câmara não pudesse tomar posição em tempo útil, para pelo menos cumprir com a palavra do seu presidente, Dr. Sérgio Humberto.
Sim, porque o Dr. Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa na Assembleia Municipal de 28 de dezembro de 2015, quando questionado pelo Sr. Comendador Eurico Ferreira afirmou, perante todos os presentes, e passo a citar:
“(…) Não é o Sérgio Humberto, como disse o Senhor Presidente da Junta, o Carlos Martins, não é o executivo, o Prof. António Azevedo, o Vereador Renato Pinto Ribeiro, a Vereadora Lina Ramos, o Dr. Magalhães Moreira, a Dra. Teresa Fernandes, apenas, os que vão decidir isto. Obviamente, eu já tive oportunidade de falar com o presidente da freguesia do Muro, porque nós hoje estamos cá e amanhã não estamos, e portanto nós temos um legado para deixar, se, e como eu ia dizer, anteriormente o comendador Eurico Ferreira, que tem a honra de pertencer “COP – Conselho Consultivo Pró-Economia”, se já debatemos e foi lançado um dia, porque não, sonhar de recuperar a Ponte Pênsil da Trofa, e portanto já foi lançado esse desafio, portanto, não queremos ser incoerentes e de avaliar este valor patrimonial. (…)”
Fonte: Ata n.º 18 da Assembleia Municipal de 28 de dezembro de 2015, aprovada na Assembleia Municipal de 26 de abril de 2016 com a Presença do Dr. Sérgio Humberto.
Pois… Mas se estas afirmações foram convictamente afirmadas pelo Dr. Sérgio Humberto, edil do Nosso Município, a verdade é que ou não tem palavra, ou esta de pouco vale junto dos seus pares.
No próximo número continuarei a apresentar-vos informações factuais acerca deste tema.

(continua em próxima edição)

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Edição 587

Uma ponte com que valor?

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A Câmara Municipal e a Metro do Porto estão do mesmo lado na hora de responder sobre a valia patrimonial e arquitetónica da ponte. Argumento não comungado por muitos trofenses, como o historiador Moutinho Duarte e o empresário Eurico Ferreira, que foram duas das vozes que se levantaram em defesa da ponte.

A autarquia, em comunicado publicado na internet, afirmou que consultou “os serviços competentes”, que “concluíram” que “não encerra qualquer valor patrimonial arquitetónico ou cultural, sendo que o próprio Plano Diretor Municipal da Trofa não o qualifica como salvaguarda patrimonial classificada ou em vias de classificação”.
Já a Metro do Porto, em resposta às questões enviadas pelo NT, afirmou que “a infraestrutura não tem – nunca tal foi formal, oficial ou sequer academicamente documentado -, qualquer tipo de valor patrimonial ou arquitetónico” e que “há mais de 14 anos -, esta infraestrutura tornou-se desnecessária e inútil, constituindo apenas um pesado encargo, dados os custos da sua manutenção, uma responsabilidade e um risco”.
Esta posição choca com as declarações de Conceição Campos, membro do executivo da Junta de Freguesia do Muro, na noite da demolição, que afirmou que falou “com a arqueóloga da Metro do Porto, que fez um estudo que apresentou à empresa, no qual referia que a ponte deveria ser considerada património cultural e que não deveria ir abaixo, mas sim fazer-se uma intervenção, uma vez que uma alteração à estrada daria para solucionar o problema” da circulação rodoviária e que foi um dos argumentos da Metro do Porto para justificar a demolição.
Por outro lado, houve outras vozes que se levantaram e que exaltaram a valia patrimonial, histórica e arquitetónica da infraestrutura. Algumas fizeram-se ouvir há já muitos anos, quando se colocou em cima da mesa, pela primeira vez, a possibilidade da demolição. O historiador Moutinho Duarte, do Muro, foi um dos rostos da defesa da ponte, que já em 2007, em artigo publicado no antigo Jornal da Trofa, defendia que esta – nascida em propriedade do avô materno – era uma “obra de arte emblemática da freguesia de S. Cristóvão do Muro”, com “vão de 19 metros e arco de 89 aduelas”. “Inutilidade futura? E o aqueduto de Vila do Conde, ainda serve para abastecer de água o Convento das Clarissas? Ameaça ruir? E a ponte da Carriça, sob a qual passava o comboio, que foi à pressa – e ainda está! escorada?”, argumentava.
Naquele artigo, publicado a 15 de junho de 2007, Moutinho Duarte temia que a ponte, tendo precedido ao seu nascimento, também lhe precedesse na morte. Foi o que aconteceu.
Outro dos “gritos de alerta” foi dado pelo trofense Eurico Ferreira que, na Assembleia Municipal de dezembro de 2015, considerava a demolição “um crime” e apelava a que não se fizesse “a mesma coisa” que se fez à Ponte Pênsil. “(A Ponte da Peça Má) é uma obra de arquitetura, não tem uma fissura nem uma pedra deslocada, tem é agressões, mas é uma obra para durar séculos e séculos”, defendeu. Mas durou apenas mais oito meses.
Já Manuel Silva, vereador do Partido Socialista da Câmara da Trofa, que também defendeu, em muitas ocasiões, a preservação da ponte, explicou ao NT que a estrutura “tinha um valor material pela natureza da construção em alvenaria”, que era “símbolo de uma época e de um tempo em que o ferro já estava a substituir a pedra”. “Procurei pelo país e não encontrei nenhuma ponte com um arco daquelas dimensões, com aquele número de aduelas e dimensão de vão”.
Mas “também vale do ponto de vista imaterial”, defende, porque “fazia parte da paisagem” e “ainda podia ter uma função”. “Ela estava feita para a eternidade”, considera.
A exercer funções de vereador sem pelouro, eleito pelo PS, Manuel Silva preparava, “para setembro”, a apresentação de uma moção na autarquia para levar o executivo camarário a “rapidamente sinalizar a aproximação à ponte, dando-lhe condições mínimas de segurança” e “fazer estudos necessários como é que podia ser resolvida a situação” da circulação rodoviária. Para Manuel Silva, a demolição “foi um desrespeito pelo património, pela memória e pelas pessoas que acreditaram que se encontraria melhor solução e para isso não foi tudo feito”.
“Quem não preserva o passado, não consegue assegurar o futuro”, lamentou.

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Edição 587

Metro do Porto explica razões para a demolição

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Na posse dos canais ferroviários da Trofa e Póvoa de Varzim que foram desativados em fevereiro de 2002, a empresa Metro do Porto, concessionária do Sistema de Metro Ligeiro da Área Metropolitana do Porto, entendeu pela demolição da Ponte da Peça Má, tecnicamente denominada “Passagem Inferior n.º 21” sobre a Estrada Nacional 14.

Questionada pelo NT, a administração da empresa afirmou que a ponte – face à desativação da linha em 2002 – “tornou-se desnecessária e inútil” e “representava uma limitação à circulação automóvel, um fator de congestionamento e uma ameaça à segurança das populações”, acrescentando que a estrutura “não tinha qualquer tipo de valor patrimonial ou arquitetónico”.
“Assim e não tendo recebido, ao longo de mais de 14 anos de discussão e de debate públicos a nível local, qualquer tipo de manifestação de interesse por parte de entidades públicas para receber a propriedade e a responsabilidade pela manutenção da Passagem Inferior nº 21, entendeu a Metro do Porto promover o estudo das condições da infraestrutura, concluindo pela necessidade imperativa de demolição da mesma”, justificou-se.
À questão sobre se tinha apresentado outras soluções à Câmara Municipal, a administração da empresa respondeu que “sempre esteve disponível para entregar a infraestrutura a entidades públicas que assegurassem a sua manutenção”, acrescentando que durante o processo “manteve permanentemente informadas todas as entidades públicas”.
A demolição, refere a empresa, “foi desde sempre uma solução considerada, dado tratar-se de uma infraestrutura sem uso, sem valor, que representava um encargo e um risco para a segurança de pessoas e bens; solução que o agravamento progressivo das condições da infraestrutura, como se constatou, tornou imperiosa”.
Tendo a Metro do Porto posse do antigo canal ferroviário, o NT quis saber o que a empresa pretende fazer com os edifícios das antigas estações, assim como com as pontes que estão em mau estado, nomeadamente as da EN14 e EN 318 no Muro, suportadas por escoras e claramente inseguras. A resposta foi esta: “A Metro do Porto trata com zelo todas as infraestruturas que estão sob sua responsabilidade, sendo que o seu destino futuro decorrerá das soluções que vierem a ser definidas”.
Recorde-se que o NT deu a conhecer, em exclusivo, uma petição que exige uma intervenção urgente nas pontes que estão “a ruir” no Muro. “Uma vez que nunca houve qualquer intervenção de fundo, foram-se agravando as condições estruturais das duas pontes que cruzam o canal da linha na zona do lugar da Carriça e da que cruza a linha na zona do cemitério do Muro, com fissuras enormes nas junções, infiltrações de água nos pilares, aumentando exponencialmente a probabilidade de ruir por causa da degradação a que estão votadas”, pode ler-se na petição. Álvaro Neves reitera que “está em causa a segurança das pessoas que por lá passam”.

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