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Edição 691

“Office” coloca trabalhos recentes de Martinho Dias na Galeria

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Desde que se dedicou a cem por cento à pintura, em 2009, Martinho Dias tem construído uma carreira sólida, com vários reconhecimentos a nível nacional e internacional. A exposição mais recente foi inaugurada a 20 de abril.

O pintor trofense Martinho Dias inaugurou uma nova exposição, desta vez, na Figueira da Foz, a 20 de abril. “Office” está patente até 26 de maio na Galeria O Rastro e reúne trabalhos realizados pelo artista em 2019.
Este é mais um passo do caminho que tem sido trilhado pelo pintor, residente em Covelas, que desde de 2009 se dedica exclusivamente à arte, tendo abandonado a docência, profissão que considera que tem vindo a piorar, fruto da “quantidade de coisas” com que os professores se têm de dedicar, para além dos alunos.

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Desde que decidiu apostar na carreira artística, Martinho Dias tem exposto em vários pontos do país e do mundo. Esteve na Alemanha, Hungria, Luxemburgo e Itália, mais concretamente na Sardenha, onde participou numa bienal por três vezes, a última das quais como padrinho do evento, do qual guarda boas memórias, pelo carácter arrojado do conceito.

“Conseguiram criar um grupo de pessoas que apenas gostavam de convívio e de pintar, mesmo que num sentido amador e todos se envolveram com a ideia de pessoas virem do estrangeiro para o espaço mostrar outras coisas, trabalhar com eles, num conceito através do qual as pessoas circulavam e viam o trabalho a ser feito. No meio disso tudo, havia mesmo a paixão na organização e na forma como receberam as pessoas e os artistas convidados. Estavam fora daquele espaço formal, de tudo programado, e as coisas funcionaram”, contou o artista, em entrevista ao NT.

O trabalho de Martinho Dias é, desde há vários anos, realizado com recurso à ironia e crítica política, onde as tintas dão resposta às interpretações das realidades que nos dão a beber pelas páginas dos jornais ou da televisão todos os dias.
Apesar de o contexto e cenários políticos ao redor do mundo terem alterado ao longo dos últimos anos, a abordagem artística do pintor aos acontecimentos não sofreu grandes alterações, porque, como explica, “o que eu faço não é uma crónica jornalística dos acontecimentos, tem mais a ver com mentalidades, tendências. Continuamos a ver que as tendências que são a correria, levar a pessoa ao máximo de rentabilidade e avaliar a pessoa em números. As capacidades e méritos são postos de lado, raramente uma pessoa que é empenhada naquilo que está a fazer é reconhecida”, sublinhou.

Mas a identidade artística de Martinho Dias não é reconhecido só lá fora. Dentro de portas, e graças a uma ação ativa na divulgação do próprio trabalho – hoje, defende, “quem fica em casa à espera que venha alguém, provavelmente vai ficar à espera a vida toda” – Martinho Dias tem sido solicitado para expor em vários locais. Durante a entrevista recorda-se de algumas exposições, na Casa das Artes, em Famalicão, no Museu de Espinho, no Museu de Arte Contemporânea de Lisboa.

“Quando fazemos alguma coisa, temos mais possibilidades de ser contactados por A ou B. Nesse aspeto, têm-se vindo a inverter a fase de procura inicial. É bom sinal. Não só por galerias, mas pessoas interessadas, sem nenhuma intenção de aquisição, apenas de conhecer o trabalho, o que entusiasma ainda mais”, revela.

Martinho Dias parece que continua apenas um ilustre desconhecido na terra que o viu nascer, crescer e na qual mantém ligação. À exceção da medalha de mérito recebida por iniciativa da autarquia da Trofa, nunca foi solicitado para expor o seu trabalho, apesar de reconhecer que “esperava” um contacto. “Agora, também não tenho procurado uma exposição aqui. A verdade é que não também não tenho tido muito tempo”, refere.

Enquanto isso, outros mundos o esperam. Como o da Galeria O Rastro, na Figueira da Foz. A exposição pode ser vista até 26 de maio.

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