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Edição 718

O Rei vai nu e não respeita o seu Povo

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Em tempos de pandemia, toda a gente finalmente percebeu que o papel da comunicação social é essencial.

Por estes dias, a população, em especial a de Covelas, deu-se conta de que pode estar a caminho da freguesia uma “Epidemia” e a comunicação social lá volta a ser essencial.

Para quem não entendeu, ainda, sobre o que estou a escrever, eu explico.
Há mais de 2 anos que a Câmara Municipal da Trofa está em negociações com a Resinorte para pagar uma dívida de recolha de lixo, que já em 2009, e segundo o relatório de contas da própria Câmara, era superior a 1,8 milhões de euros.

O certo é que na edição de 14 de maio de 2020 do jornal O Notícias da Trofa (e acreditem que até a data é verdadeira), toda a população ficou a saber que essa dívida iria ser paga em troca da construção de um aterro sanitário, na freguesia de Covelas. O próprio presidente da Junta de Freguesia ficou a saber por mim, quando dois dias antes de publicarmos a notícia, o contactei para obter declarações.

Lembro-me de que a primeira reação foi: “Não sei de nada! Em tempos, falou-se, mas julguei que tinha ficado sem efeito”.

Ou seja, o “dono” da freguesia, eleito pela maioria dos covelenses, não foi informado pela Câmara de que o “negócio” ia avante e que os covelenses lá teriam que levar com um aterro, daqueles que toda a gente diz que não dá cheiro, que não atrai gaivotas (aos milhares), que não afeta as linhas de água. Em suma, não tem mal nenhum e é só vantagens.

Aliás, toda a gente sabe que os aterros só trazem vantagens. Todos os concelhos os querem. A Câmara da Trofa está de parabéns, pois conseguiu trazer para o concelho uma importante infraestrutura, há muito desejada por todos… acredito que perceberam que estou a ser irónico.

Para o combate às gaivotas, que podem vir a ser milhares, como em todos os aterros, Sérgio Humberto já pediu à Resinorte “milhafres e “Falcones”, águias não, apenas milhafres e “Falcones” e pediu em espanhol, para que um dos homens da empresa percebesse, pois espanhol é a sua língua materna.

As “coisas foram feitas pela calada”. Terá sido isso mesmo que os eleitos da Assembleia de Freguesia disseram ao presidente da Câmara, ao vereador do Ambiente (e candidato a futuro presidente da Câmara?), à chefe de gabinete, aos arquitetos da Câmara e aos “senhores da Resinorte”.

Rezam os covelenses presentes que “o Nicolau Silva, a Alexandra Ferreira e o Mário Oliveira” foram os que mais mostraram o descontentamento e que algumas pessoas ligadas à Câmara foram arrogantes durante toda a reunião”. Uma reunião que ocorreu na noite de 21 de maio, fechada à população, apenas para os representantes do Município, da Resinorte e eleitos da Assembleia de Freguesia… Ah e de um “infiltrado”, um jovem de Covelas, aspirante a líder J laranja da freguesia, quem nem a tesoureira da junta,a “Alexandra da Tibinha” sabia muito bem o porquê de ele lá estar (o cartão de militância dá acesso a locais que o comum dos mortais, que pense, não pode aceder). Certo é que para essa reunião de trabalho, para discutir um problema que será gravíssimo para a Trofa, o presidente da Câmara levou o seu filho, uma adorável criança de cinco anos.

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Era ver o “Pequeno Príncipe” a brincar no Fórum Trofa XXI, com a líder da JSD Trofa e secretária no Município a fazer de babysitter, completamente alheado do que ali se estava a passar e sem nunca perceber, que naquele momento, eram os covelenses que estavam a olhar pelo seu futuro e não o seu pai.

Com esta “história” do aterro de Covelas, que ainda está no começo, percebemos que por estes dias a população e os eleitos da freguesia não foram respeitados, nem foram tidos nem ouvidos – e muito menos escutados – sobre a obra.

Portanto, a partir deste dia, é possível que as populações de qualquer freguesia do concelho da Trofa possam vir a ser alvo de “negócios” por parte do município.

Antes de terminar, e como acho que não escrevi, o novo aterro dista cerca de 2 quilómetros das habitações da Abelheira, assim como 2 quilómetros da capela de S. Gonçalo, e diz-me a minha experiência de vida que, “para o cheiro”, 2 quilómetros são peanuts, e afinal a Abelheira fica do lado de cá da autoestrada, não fica?

Não admira, portanto, que Sérgio Humberto “gostasse” de ver a Assembleia da República transformada em câmara de gás. Afinal, a nova infraestrutura em Covelas também vai ter libertação de gases e essa é logo ali, em pleno concelho da Trofa.

No dia que estiverem a cheirar o que os outros concelhos, e se calhar países, não quiseram, lembrem-se deste texto, o Rei vai nu e não respeita o seu povo.

Hermano Martins

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Edição 718

Poliglota

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Apesar de ser defensor do que é nosso, daquilo que simboliza a nossa Nação e de sentir-me também dono da língua que falo e que escrevo, isso nunca invalidou uma vontade clara de aprender o “Inglês”.

E são duas as razões principais. A primeira, porque na escola não gostava das outras opções, o “Francês” e o “Alemão” e a segunda, por vergonha.

Vergonha de fazer as mesmas “ceninhas” que amigos meus faziam quando em plena pista de uma discoteca tentavam acompanhar as músicas mexendo os lábios simulando um inglês, que pouco sabiam, que não encaixava nas letras, sendo pior do que uma novela venezuelana traduzida para brasileiro. Por diversas vezes, quando gingava o meu corpo de um lado para o outro, de cervejinha na mão e com o radar ligado no modo “fêmea”, e um amigo se atrevia a abrir a boca quando nem o playback de um “yes” conseguia fazer, eu, disfarçadamente, ia dando uns passos para o lado e olhava pare ele como se não o conhecesse de lado nenhum e comentava com a miúda do lado, “Que parolo!”.

Mas antes disto e ainda muito criança, o que eu gostava mesmo era de falar a língua dos animais. Autodidacta, aprendi a miar para os gatos, a ladrar para os cães, a cacarejar para as galinhas, a roncar para os porcos (língua em que me tornei um “expert”), a relinchar para os cavalos,…, faltando-me rugir cara a cara com um leão! Toda esta lógica só foi quebrada uma vez, quando na comunhão de um primo mais velho, fui apanhado a mugir para um passarinho, depois de beber uma cerveja às escondidas debaixo de uma mesa.

Agora adulto, um destes dias quis ir mais além de quem estuda línguas mortas, como o aramaico ou o latim, e mergulhei nos primórdios da língua indo ao jardim zoológico praticar o meu guinchar com um macaco.

No portão de entrada, um cartaz a anunciar o desconto de 80% para quem conseguisse imitar um cavalo. Consciente do meu saber e das minhas capacidades, imitei um híbrido de elefante com rinoceronte a discutir com uma couve. Perante a estupefacção da senhora da bilheteira entrei de graça!

Dirigi-me lesto para a jaula do macaco. Pachorrento, ele dormia.

  • Acorda, pá! – gritei.
    E com o barulho, ele acordou.
     – U,u,u,u,u,uuuuuuuu,u,u,u,u,uuuu,u,u,u,u! – guinchei, num orangotangês erudito.
  • Pareces parvo, ó humano! – responde-me o macaco.
  • Ui, tu falas! – exclamei mais admirado do que se houvesse um consenso político em Portugal.
  • Sim, falo, ó parvalhão!
    Perante o insulto não me deixo ficar e respondo-lhe – Parvalhão és tu, eu tenho vergonha de descender de vós!
  • E nós macacos temos vergonha de ser ascendentes do Humano! Sois uns animais!
    Sem querer mais conversa com o parente, despeço-me num orangotanguês coloquial – U,u ,u uuu, u, u – e viro costas.
  • Pane…! – chamou-me o macaco.
    No regresso a casa, para relaxar da má experiência que foi a conversa com o macaco, tomo o caminho que atravessa o bosque. Aproveitei para praticar as palavras assobiadas das árvores e as palavras das plantas empurradas pelo vento! Cheguei a casa convicto de que percebia todos os seres do mundo e ouço barulho ao fundo, na sala.
  • Zé, já chegaste? Anda cá. – chamou-me a Cristina – Estas são as minhas amigas. – diz-me, apresentando-me, uma a uma.

    Para parecer simpático deixei-me ficar com elas cinco minutos, que me fizeram perceber que continuo a não compreender o dialecto feminino!

    Saí de casa e voltei ao jardim zoológico, para conversar com o macaco.
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Edição 718

Memórias e Histórias da Trofa: As festas de Nossa Senhora das Dores em 1920

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As festas em honra de Nossa Senhora das Dores são uma marca do ADN da cultura trofense e parte da sua identidade cultural. É por isso importante perceber a evolução e o impacto destas festividades ao longo dos tempos e obviamente reforçar que a sua importância se perde na fita do tempo e das memórias.

Recuando no tempo, até 1920, concretamente a 21, 22 e 23 de agosto de 1920, anunciou a imprensa local que esta festividade não tinha apenas eco nas redondezas, mas também em toda a região Norte. O jornalista do Jornal de Santo Thyrso irá ser mais expansivo relativamente aos impactos da festa na região, referindo que a Romaria da Senhora das Dores era das mais importantes do país, permitindo assim um impacto mais global e que certamente despertaria curiosidades na sociedade que iria dizer presente.

No dia 21, o programa das festas teria início com uma descarga de foguetes, com a atuação de duas bandas de música, sendo uma Bombeiros Voluntários de Famalicão e por último da Infantaria 18, unidade militar instalada na cidade do Porto. As duas bandas iriam animar o arraial noturno e a sua atuação ira ser acompanhada do lançamento de foguetes.

No dia seguinte, o programa era bastante parecido ao do dia anterior, havendo apenas alguns atos religiosos, um tipo de eventos que não acontecia no dia anterior, mantendo-se a atuação das bandas de música para concretizar o plano profano. No último dia destas festividades, iria decorrer uma atuação da Banda de Música dos Bombeiros Voluntários de Famalicão que atuou igualmente em dias anteriores do programa como também a realização da feira de sementes que iria permitir momentos de convívio e até mesmo de namoricos, terminando a festa com uma nova descarga de morteiros.

Atendendo a ter-se passado 100 anos da edição festa que surge relatada no presente texto, um importante momento para relembrar ou até mesmo escrever uma página de história local e compreender a evolução das festividades.

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 23 de março de 2023

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