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NO PÓ DOS ARQUIVOS… Rev. Hilário António de Faria

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Rev. Hilário António de Faria
11/10/1717 (S. M. Covelas) – 13/05/1794 (S. M. Bougado)

Calaram-se as bandas e os foguetes. Desceram-se os mastros e os arcos. Desligaram-se as luzes. Guardaram-se as bandeiras e as opas. Desfizeram-se os andores. Terminaram as Festas de Nossa Senhora das Dores. Continuará – porque se manterá por anos e séculos! – a «especial devoção que os moradores da freguesia de S. Martinho de Bougado têm a Nossa Senhora das Dores». Continuará a Capela. Também a memória do Abade Inácio Pimentel e do Conde de São Bento, promotores da sua construção e ampliação.

Seria estulta a pretensão de restringir a um lugar secundário o contributo do Abade Inácio Pimentel. Longe de mim! Tendo ele ingressado, em 1723, na Congregação do Oratório do Porto, e tendo sido «o culto de Nossa Senhora das Dores difundido pelos Oratorianos, durante o século XVIII», são factos que sustentam o seu inquestionável desvelo pela construção da capela de Nossa Senhora das Dores. Mais do que o procedimento normal, que é o de relacionar o facto com o nome do superior hierárquico, ainda que, apenas à data, ocupe o cargo. Bem conheço o que escreveram, a propósito, Pereira da Silva e António Cruz, a cuja memória me curvo, pelos seus conhecimentos. E também outros, em recente publicação evocativa dos 250 anos da construção da Capela de Nossa Senhora das Dores: Napoleão Ribeiro e Laura Silva, do Gabinete do Património Cultural, e Graciete Teixeira, do Arquivo Municipal.

Isto não invalida, porém, que admita que o «padre coadjutor P.e Hilário António de Faria» tenha abraçado, de todo o coração, o «desejo de erigir uma capela de Nossa Senhora das Dores, no lugar chamado Monte da Carriça». Pendo a crer que o Rev. Hilário António de Faria tenha sido o redactor da petição «dos moradores da freguesia». Também ele o era e foi durante quase meio século, de 1746 a 1794. Petição que, em Junho de 1766, entrara na Diocese do Porto. Diocese sem bispo, à data, acrescente-se.

Depois do falecimento do Bispo D. Fr. José Maria da Fonseca e Évora (16 de Junho de 1752), só em 31 de Agosto de 1756, após se conservar a sé vaga durante quatro anos, foi nomeado o Bispo D. Fr. António de Sousa.

Para o Rev. Hilário António de Faria foi a paróquia de São Martinho, não de Covelas, onde nasceu, mas de Bougado, a paróquia da sua vida. Aqui permaneceu 48 anos, igualando a soma da duração da paroquialidade do Abade Francisco Pimentel (24 ) mais a do Abade Inácio Pimentel (24). A sua actividade pastoral em São Martinho de Bougado ter-se-á iniciado dois anos antes da data que lhe tem sido atribuída, 1748. Os assentos paroquiais comprovam-no. Em 31 de Janeiro de 1746 se receberam os nubentes André de Azevedo, da Aldeia de Real, e Maria Domingues, da freguesia de Ribeirão. No dia 7 de Agosto de 1746 foi baptizado Manuel, filho de Manuel de Azevedo e de sua mulher Ana Domingues, da Aldeia de Paradela. Nos dois assentos, assinou, como testemunha, o P.e Hilário António de Faria, Coadjutor. O Reverendo Padre Hilário António de Faria, natural de Covelas e morador em São Martinho de Bougado, faleceu no dia 13 de Maio de 1794.
(Paróquia de São Martinho de Bougado. Assentos de Óbitos, 4 – 1029)
Tempo que bonda para que sinta, como seus, os desejos dos moradores da freguesia. Como eles, «o desejo de erigir uma capela de Nossa Senhora das Dores»!

Assento do baptismo de Hilário:
Hilário, filho de Domingos António e de sua mulher Margarida Duarte, da aldeia de Lemende, desta freguesia de São Martinho de Covelas, nasceu aos onze dias do mês de Outubro de mil setecentos e dezassete e foi baptizado aos dezassete dias do mesmo mês. Foram padrinhos, eu, Abade, por nomeação de seus pais, e Maria, filha de Francisco da Silva, do lugar de Outeirô, desta freguesia, e testemunhas João Domingues e João António, do lugar de Lemende, e a maior parte da freguesia. Eu, Abade que o baptizei, dia, mês, e era ut supra. O Abade Hilário Luís da Silva.
(Paróquia de São Martinho de Covelas. Assentos de Baptismos, 2 – 618)

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