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Edição 638

“Muro estagnou com a retirada do comboio e com a promessa da vinda do metro”

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Entrevista a Conceição Campos, candidata do movimento Sempre Independentes pelo Muro (SIM)

 

A candidatura de Conceição Campos tem como projetos prioritários a conclusão do alargamento do cemitério e requalificação do antigo, a existência de luz pública nas ruas e a reorganização e reestruturação do planeamento de limpeza e ajardinamento da freguesia.

 

O Notícias da Trofa (NT): O que a leva a candidatar-se à freguesia do Muro?
Conceição Campos (CC): O facto de toda a vida ter trabalhado e estado envolvida em vários movimentos da freguesia levaram-me a aceitar este desafio. Desde cedo me incutiram que só posso exigir na medida do que der. Foi decisivo o facto de ter sido convidada para o atual executivo da Junta e de me ter envolvido em vários projetos de proximidade com a população, conhecer as suas carências e anseios, através da realização de vários eventos de carácter cultural e social.
Fui incentivada por grande parte da equipa, com quem mais proximamente trabalhei, a dar continuidade a projetos que ficaram por concretizar. Conheço os processos, sei o que correu mal, o que ficou por fazer e o que é necessário ser corrigido, não esquecendo as dificuldades que passei e mantendo sempre a perfeita consciência dos desafios que me aguardam.

NT: Quais são os projetos que apresenta para o mandato?
CC: A Junta é o poder local mais próximo das pessoas e, por isso mesmo, a proximidade com a população deve ser total. Deve funcionar em função das pessoas e para elas.
Neste sentido, como ações prioritárias definimos:
– Horário de abertura alargado ao sábado de manhã da Junta de Freguesia;
– Possibilidade de deslocação dos serviços da Junta à casa das pessoas sem capacidade de locomoção;
– Esclarecimento jurídico gratuito com um advogado;
– Esclarecimento e apoio gratuito no preenchimento de documentos (como por exemplo IRS);
– Esclarecimento gratuito para quem pretenda lançar-se em pequenos negócios;
– Criação de um espaço de venda e sua divulgação de artigos e produtos produzidos por pessoas da freguesia;
– Criação do Site da Junta de Freguesia do Muro onde constará: empresas da freguesia; atividades e documentação;
– Continuação da Festa de Rua;
– Continuação da edição do “Mural- Um Muro de Palavras”;
– Criação de equipas de moradores de todos os lugares da freguesia para discussão de prioridades e elaboração de propostas de obras a realizar;
– Drenagem das águas pluviais em vários pontos da freguesia;
– Instalação de luz pública junto a habitações, onde não existe;
– Desobstrução dos caminhos públicos florestais;
Entre outros…
NT: Qual o projeto/área prioritária caso seja eleita?
CC: A conclusão do alargamento do cemitério e requalificação do antigo é urgente e há muito aguardada. Mas também consideramos prioritária a existência de luz pública nas ruas, onde esta ainda não existe. Assim como, a reorganização e reestruturação do planeamento de limpeza e ajardinamento da freguesia.

NT: Quais as principais carências da freguesia?
CC: Na nossa perspetiva, a maior carência da freguesia é a ausência de uma rede viável de transportes públicos. Com a retirada do comboio, a freguesia retrocedeu nesta área e isolou a população dos centros urbanos e serviços. Ouvimos casos flagrantes de estudantes que têm exames/aulas às 15 horas, mas têm de sair de casa às 9 horas, regressando por volta das 22.30 horas. Tudo isto por não existirem alternativas de transporte público. Não esquecendo todas as outras pessoas que sem transporte próprio e com problemas de mobilidade não têm como aceder a cuidados de saúde ou outros serviços.
Alguns lugares da freguesia continuam sem acesso à água, luz e saneamento públicos, algo tão básico e essencial que não deveríamos sequer admitir nos tempos que correm.
O mau estado de algumas ruas da freguesia após intervenção da Trofáguas e Águas do Norte para instalação de água e saneamento. Na fase em que se realizaram as obras, esta situação não foi devidamente acautelada, criando constrangimentos graves na circulação do trânsito e infraestruturas circundantes.

NT: Considera importante que a Câmara e a Junta de Freguesia sejam governadas pelo mesmo partido político? Porquê?
CC: Não. Jamais a população pode ser prejudicada pela sua opção de voto. É grave que isso possa acontecer. É ainda mais grave ser o único argumento usado para convencer as pessoas a votar em determinado partido político. Um presidente deve ser de todos e zelar pelos interesses da freguesia e seus habitantes, independentemente da cor partidária.
O entendimento entre a Junta de Freguesia e o poder camarário deve preservar, acima de tudo, as boas relações institucionais, de comunicação e cooperação em prol do civismo e espírito democrático para o bem de toda a população.
Acredito que assim será para o futuro!

NT: Quais as obras que considera mais urgentes a serem realizadas pela Câmara Municipal?
CC: A rotunda da Carriça é uma obra prometida há quatro anos e sem dúvida, necessária.
Um dos maiores problemas da Freguesia do Muro é o tráfego e, as imensas filas de trânsito naquela zona e, neste sentido, urge uma solução iminente.
Uma outra obra, que não depende inteiramente da Câmara Municipal, mas que entendemos ser igualmente imprescindível, é a reivindicação relativamente à construção da variante com objetivo de reduzir o trânsito de milhares de veículos que diariamente atravessam a nossa freguesia.
Por último, e mais importante, encontrar novas formas de luta e exigência junto do poder central para a construção da linha do metro até ao Muro.
Entendemos e defendemos que todas as obras a serem realizadas na freguesia devem ter como base a escuta ativa dos seus moradores para definição de prioridades.

NT: Como avalia a evolução da freguesia ao longo dos 18 anos do Município da Trofa?
CC: A Freguesia do Muro estagnou com a retirada do comboio e com a promessa da vinda do metro. Fez com que muita gente que pretendesse fixar-se na freguesia tenha desistido e procurado outros locais como alternativa e com melhores acessos à rede de transportes.
O Muro, inexplicavelmente, tem estado completamente só nesta luta. Desde o início que este processo não foi devidamente acompanhado e definido como prioridade pelo poder camarário. Apenas é lembrado em altura de eleições.
Por outro lado, o Muro continua a pagar uma taxa fixa de contribuição especial pelos bons acessos e proximidade à cidade do Porto, quando na realidade estamos completamente isolados.
Reconhecemos, no entanto, que a Freguesia do Muro beneficiou, nos últimos anos, de algumas obras há muito desejadas e necessárias, nomeadamente a ampliação e requalificação da Escola Primária e Infantário, conclusão da 2.ª e 3.ª fase do espaço envolvente à Capela de São Pantaleão, requalificação da Estrada Nacional 318 com a construção de passeios mais seguros e o início da ampliação do cemitério. Contudo, muito ficou por fazer e é neste sentido que nos propomos nos próximos quatro anos a trabalhar, em conjunto com a Câmara Municipal da Trofa, com vista à prossecução da resolução das carências da Freguesia do Muro.

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