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Ano 2008

Mudar de rumo…

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atanagildolobo

atanagildolobo        Quando chega o natal as pessoas dizem-se amigas, transbordam solidariedade, constroem frases bonitas de desejos e afectos, praguejam ameaças ao egoísmo, apregoam a paz, amaldiçoam a guerra, asseguram combate à pobreza. É sol de pouca dura. Mesmo que o Tempo se confinasse à efemeridade do natal, mantinha-se a subjugação dos humildes. A boa vontade é importante, mas insuficiente…Os anseios são relevantes, mas impotentes… Confesso que não sei o que o futuro nos reserva. 2008 está a terminar. Mais um natal, mais uma festa. E amanhã…? As coisas vão subir. O pão, a electricidade, os transportes… O desemprego vai aumentar… Os salários reais vão baixar… Do novo código do trabalho desenvolvem-se três vectores: a flexibilidade, a mobilidade e a adaptabilidade. No fundo e de facto, uma maior sujeição dos trabalhadores àqueles que detêm o poder.

Poderei estar enganado, pois não tenho a soberba da certeza, nem a certeza da razão, mas para alterar este estado de coisas, será necessário mudar de rumo. Uma politica diametralmente oposta à que vem sendo seguida. Esta tem barbas. Vigora desde1976. 32 anos de idade e, com altos e baixos, vem sempre agravando as desigualdades sociais e as assimetrias regionais, no sentido da perda de direitos pelas populações e pelas camadas sociais que compõem as classes trabalhadoras: operários, agricultores, pescadores, função pública, professorado, reformados, aumentando a sua exploração e beneficiando as grandes fortunas.

A história, em Portugal e no mundo, demonstra que alterações radicais a essa política baseada na exploração do homem pelo homem, que hoje se chama capitalismo, mas que já se chamou feudalismo e esclavagismo, podem-se realizar de duas formas. Uma através da alteração mais pausada da política, erradicando a pobreza, diminuindo os privilégios, aproximando as classes, fazendo dos ricos menos ricos e dos pobres menos pobres, até se chegar a um estado mais igualitário. É a via democrática, como a que vem sendo implementada em diversos países da América Latina, onde sobressaem no momento a Venezuela e a Bolívia. A outra via é a da ruptura, a revolta das classes mais exploradas para a qual são empurradas por uma exploração desenfreada e sem escrúpulos, que pode mesmo gerar revoluções, onde se conquistam direitos. Em Portugal salientam-se duas. A revolução de 1383-85 e o 25 de Abril de 1974. Podem dar as voltas que derem que não poderão desmentir os factos. Nunca, em momento algum da história, o povo, os mais humildes, os trabalhadores, detiveram tanto poder político, económico e social como nos momentos pós revolucionários que levaram ao poder a dinastia de Avis e o MFA. Nunca o nosso povo foi tão feliz, tão interventor, tão alegre, como nesses momentos. São estes acontecimentos que confirmam a voz do poeta Gedeão de que «…sempre que um homem sonha / o mundo pula e avança…»

Por mim, acho perfeitamente possível a transformação da sociedade através de uma política democrática, eliminando as diferentes assimetrias, criando emprego, apoiando as pequenas e médias empresas, aumentando salários e pensões, abolindo privilégios imorais e desnecessários. Uma democracia representativa e, sobretudo, participativa. Em todas as suas dimensões, como preconiza a Constituição da República: politica, social, económica e cultural. Só uma politica de esquerda será capaz de prosseguir esse desígnio e de levar a bom porto tamanha empresa. Politica de esquerda com o PCP. Não terá de ser exclusivamente do PCP, mas seguramente com a sua participação. Qualquer outra solução, não passará de tentativa de remendar e mascarar pequenas coisas, mantendo-se o esqueleto da mesma política no essencial não havendo alterações de vulto.

Só me resta exprimir os meus desejos de boas festas a todos quantos, gentil e pacientemente, lêem estas linhas e expressar os meus votos de que o novo ano, seja um ano de luta por um país mais democrático, sobretudo do ponto de vista económico e social, sendo certo que apenas boa vontade não chegará. O aumento da representação parlamentar das forças que constituem a CDU e o reforço da expressão política do PCP são condições essenciais para a mudança para uma política a favor do país e do nosso povo. É urgente mudar de rumo…

 

Atanagildo Lobo.

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