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Memórias e Histórias da Trofa: A centenária Fábrica do Pereiró

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Seguramente que o estimado leitor e os restantes elementos da comunidade trofense associam as empresas e o respetivo tecido empresarial da Trofa à freguesia de S. Martinho de Bougado e num passado recente a Guidões, fruto dos grandes investimentos do setor secundário concretizados no seu território.

Uma alusão que ocorre por razões óbvias da motivação pela história mais recente que alimenta a cultura popular, mas, a fábrica mais antiga em funcionamento neste momento no concelho localiza-se fora do seu principal núcleo urbano.
Na estrada nacional 318, na “descida” para S. Romão do Coronado, surge, no lado direito, um edifício simples em termos arquitetónicos, embora com alguns apontamentos que indicam a finalidade da sua construção e com tanta história para contar. Estou a anunciar através desta descrição física a Fábrica do Pereiró, popularmente conhecida como serração do Pereiró, que viu o seu nome a atravessar várias décadas e no passado dia 19 de outubro comemorou o 100.º aniversário, um facto único para o tecido empresarial local, permitindo a entrada no lote muito restrito de empresas na região do Vale do Ave que viveram o mesmo tempo.
Os fundos de arquivo são locais mágicos em que, por vezes, conseguimos encontrar informações fundamentais para a construção da nossa identidade e com relativa facilidade nos arquivos notariais tirsenses acabaria por surgir a escritura de uma importante sociedade para a economia local.
A 19 de outubro de 1922 foi lavrada a escritura no notário de Santo Tirso, constando os nomes: Augusto de Sousa Mamede, natural da lugar de Mendões que era também proprietário, Joaquim Machado da Silva Júnior, outro habitante de S. Mamede do Coronado, Francisco da Silva, também natural de S. Mamede, Candino (?) Sousa Mamede, Joaquim Moreira da Silva e a sua esposa de nome Aurora e Manuel Moreira da Silva, que eram os únicos até aquele momento a residirem fora de S. Mamede do Coronadom, concretamente na freguesia da Folgosa.
Um grupo de capitalistas com ligações à terra que iam investir, o que não era normal, recorda-se a situação de várias fábricas têxteis na região que recorriam a empréstimos ou até capital próprio para a construção e sustento daquele projeto. Os investidores decidiram fazer uma sociedade por quotas, de responsabilidade limitada, sendo as funções de serração, carpintaria, com a distribuição das quotas a pagar pelos associados 8 mil e 500 escudos. Um valor elevado para a época quando comparado com outros investimentos concretizados na época.
Assim se escrevia mais uma página do nosso burgo em que os fundadores, apesar de serem pioneiros na região, iriam construir um legado que perdura até hoje e honra as gentes de S. Mamede.
Parabéns!

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