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Edição 690

Lixeiras a céu aberto sem fim à vista

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“Pelos caminhos de Portugal // eu vi tanta coisa linda // vi um mundo sem igual”. Certamente, o músico Mário Gil não parou pela Trofa nem por caminhos como a fotografia mostra, onde, em vez de “coisa linda”, vê-se tanta falta de civismo.

O cenário não é novo, repete-se a cada limpeza que se faz. Os mundos mudam, os apelos multiplicam-se, mas o fim da história é sempre o mesmo: lixo e mais lixo.

E se há modas que não contribuem em nada para a prosperidade do mundo, outras há que até podem fazer a diferença. É o que acontece com o #trashtagchallenge, um desafio criado nas redes sociais em 2015, e que foi recuperado recentemente, que leva as pessoas a limpar o que as rodeia. Pode ser que a moda pegue por cá. Se não pegar, ao menos que não a moda de sujar acabe…

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Manuel de Sá Couto: O Organeiro trofense (?) quase esquecido (1768-1837)

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“O órgão (de tubos) é o Rei dos Instrumentos Musicais,” segundo referiu Mozart. Pode, com justiça, ser considerado o mais complexo instrumento musical de sempre e , geralmente, o que mais transformações e variantes estilísticas experimentou ao longo dos mais de dois milénios de existência. Foi idealizado e criado pelo engenheiro hidráulico grego Ctesíbio (Alexandria fl.285 aC -222 aC.). Este instrumento, no tempo dos romanos, foi sempre utilizado num contexto profano, no circo ou nos anfiteatros. Com a queda do império romano do Ocidente, o órgão desapareceu fisicamente da Europa…

Mais tarde, o órgão veio a ocupar um lugar de destaque na Liturgia Cristã, quer na Igreja Católica, quer nas igrejas reformadas. Tem por objectivo o enriquecimento do culto através da arte musical.

Vemos órgãos nas grandes Catedrais, Basílicas, Santuários, Igrejas paroquiais ou até mesmo em pequenas capelas a acompanhar grandes ou pequenos coros. Há vários órgãos de tubos nas nossas igrejas do concelho da Trofa… mas muitas vezes desconhecemos o “construtor” (o autor/o artista ) que o concebeu e/ ou construiu. No século XVIII tivemos um trofense que dedicou grande parte da sua vida… a construir Órgãos de Tubos Ibéricos.

Esse “artista,” que hoje alguns especialistas desta área designam por “Mestre” organeiro, chamava-se Manuel de Sá Couto e nasceu a 31 de Maio de 1768 nesta (nossa) zona ribeirinha do Vale do Ave… Segundo Alcino Rodrigues, no seu livro “Grandezas e misérias das terras de Bougado- cap.5 2ª parte”, e Napoleão de Sousa Marques, no seu livro” Duas Comunidades… Um só Povo”, Manuel de Sá Couto, que mais tarde viria a ser conhecido por o Organista, ou o Lagoncinha, vivia com sua mãe e outro irmão. Do pai nada é referido pelos cronistas da época. A sua mãe e a sua tia chegaram a explorar uma pedreira no lugar de Finzes, freguesia de S. Martinho de Bougado”, paredes-meias com o lugar da Samogueira, na freguesia vizinha de Santiago de Bougado. Conforme iam crescendo, os irmãos Sá Couto começaram a desinteressar-se pelo trabalho na pedreira, dado que consideravam o “negócio pouco rentável e de muito trabalho”.O primo deles foi servir para casa de um lavrador e os dois irmãos começaram a dedicar-se à construção de instrumentos musicais. Iniciaram com a construção de uma gaita de cana.

Órgão de Tubos ibérico de Santo Ildefonso

Construíam os instrumentos e iam para as feiras ou festas vendê-las. “Enquanto um tocava lindas melodias populares o outro estendia o barrete para a recolha das moedas. Depois passaram a utilizar chapas de zinco, as gaitas eram melhores e mais preferidas pelo público. Entretanto o irmão do Manuel foi para o convento, professou e seguiu para frade. Nesta altura, o Manuel Couto ficou sozinho e decidiu, então, estabelecer-se por conta própria em 1797, tinha ele 29 anos. “Resolveu construir órgãos de tubos “para as igrejas. Para melhor se poder aperfeiçoar e especializar na arte da construção dos órgãos, foi para o Mosteiro de Tibães, nos arredores de Braga, onde trabalhou com Frei Domingos de S. José Varela (1762-1834), organista, teórico musical e organeiro de elevada craveira intelectual. Aí, o “artista “também terá sofrido influência do mestre organeiro espanhol Francisco António Solha e obteve conhecimento das actividades de organia do famoso beneditino Frei Manuel de São Bento(1683-1757), a quem se deve a construção do “único órgão Ibérico de 24 palmos da cidade do Porto (Guimarães 2002)”. “Será por essa altura que Manuel de Sá Couto fixa residência no lugar da Ponte (junto à ponte sobre o Rio Ervosa) perto da Ponte da Lagoncinha.” Da sua casa-oficina sairam várias dezenas de órgãos, muitos deles construídos “de raíz”, outros reconstruídos, ou restaurados.

A lista de “clientes” desses instrumentos, com um “som peculiar” e “majestoso,” é extensa. Contam-se por várias dezenas aqueles que são atribuídos a este organeiro e que se encontram nos templos das principais cidades nortenhas de Portugal. A começar, por exemplo, pelo Porto: Igrejas de Santo António dos Congregados, da Ordem da Trindade, de Santo Ildefonso, do Bonfim, dos Terceiros de S. Francisco, de São José das Taipas; na cidade e região de Braga, temos o Santuário do Bom Jesus, o Mosteiro de Nª Sª da Abadia (Amares), Igrejas de São Victor, de Maximinos, Igreja do Hospital de São Marcos, Igreja da Lapa(Arcada), do Colégio de São Paulo-Irmandade Nª Srª da Boa Morte, Igreja de Nª Srª a Branca; já em Vila Nova de Gaia temos o Mosteiro de Grijó, Igrejas de Mafamude, de Santa Marinha, Paroquial de Avintes (reconstrução), Convento Corpus Christi, Igreja Vilar de Andorinho; em Lamego o Santuário de Nª Srª dos Remédios; na cidade da Maia, Igrejas de S. Tiago de Milheirós, de Silva Escura, e de Gueifães. Em Barcelos existe o órgão da Igreja de Barcelinhos.

Já nas cidades vizinhas de Vila do Conde e Póvoa de Varzim existem órgãos nas igrejas de São Francisco, Terceiros de São Francisco, da Misericórdia; Igreja Matriz de Provesende de Sabrosa e Igreja de Leça da Palmeira. Na cidade da Trofa, Mestre Manuel Sá Couto construiu um órgão para a igreja Matriz de São Martinho de Bougado e, segundo o organeiro António Simões, o órgão existente na igreja Matriz de Santiago de Bougado também é da autoria do mestre Lagoncinha.

A respeito da “arte, engenho” e “mestria” com que Manuel Sá Couto empreendeu na construção dos seus instrumentos, há alguns escritos/testemunhos/comentários, que ficaram “registados” e referenciados, aquando da encomenda/ou, até, outros que são relatados ao longo do tempo, de que se dá algumas notas, a seguir:
Sobre o Órgão do Santuário (Mosteiro) de Nª Srª da Abadia(Amares):
Órgão da ermida de Nª Srª da Abadia: “ A 22 de Julho de 1797, no escritório do Tabelião Pantaleão Ferreira, da cidade de Braga, Manuel de Sá Couto, mestre organeiro da freguesia de Sta Marina (Marinha?), de Lousado, fez contrato com M..Rev. P. Fr. Luís Cerqueira, monge de São Bernardo, de construir pelo preço de 600$000 reis, um órgão para o Santuário de Nª Srª da Abadia…”.E noutro passo viriam algumas condições:
“ 1.º Que ele tenha uma carranca como a de Santo Tirso, que abra a boca e dê som
2.º Que ele esteja pronto em 15.04.1798”
“A obra seria concluída e montada na capela-mor do Santuário até 15 de Abril de 1798. A composição seria conforme apontamentos previamente combinados que não figuram no contrato… Ó órgão tem um manual com 7 registos divididos na base do flautado de 12 aberto…”
“Realejo”Hístórico do Mosteiro de São Bento-Santo Tirso

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Relatório da Intervenção de Conservação e Restauro realizada no Realejo histórico (1819-1822) em 16.05.2018:
“Houve intervenção de Fr. Domingos de São José Varela(1762-1834) e do seu condiscípulo Manuel de Sá Couto (1768-1837), este último nascido junto à ponte da Lagoncinha, em Santa Marinha de Lousado, entre Trofa e Santo Tirso…”
Órgão de tubos da Igreja de Barcelinhos (1798)
“O órgão de tubos da igreja foi criado pelo famoso organeiro tirsense Manuel de Sá Couto, sendo este das suas obras iniciais, dado certas imperfeições” diz o site Creixomil online… (Barcelos Popular)
Órgão da Igreja (Santuário)de Nª Srª dos Remédios – Lamego (1820)
Localidade: Lamego; Localização: Coro Alto; Construtor: Manuel de Sá Couto; Ano de construção: 1820; Último Restauro: 1991 por António Simões

Informações complementares:
“Órgão de planta trapezoidal, com consola apainelada e pintada… possui 33 tubos (visíveis), 16 registos e 54 teclas, tendo no interior a inscrição:” Ano de 1820, construído pelo organista Manuel de Sá Couto, residente em Ponte da Lagoncinha, na Trofa. (Informação retirada do site da DGEMN( Dir.Geral Edif.e Monumentos Nacionais)
Órgão da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco – Vila do Conde(1817)
“ A Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Vila do Conde celebrou com toda a pompa e circunstância o 200º aniversário da inauguração do òrgão (de Tubos), construído por Manuel de Sá Couto, “natural de Santo Tirso” (Notícia: Órgão da Igreja de S. Francisco de Vila do Conde fez domingo 200 anos – jornal Renovação – Vila do Conde 21. 11.2017)
Órgão de Tubos da Igreja de Santo Ildefonso (1811)
“ Terá sido o Mestre-organeiro Manuel de Sá Couto quem construíu o órgão de tubos da igreja de Santo Ildefonso (Porto), pelo aparecimento de um pequeno manuscrito colado no interior de um tubo de madeira, onde parece constar o seu nome e o local da Lagoncinha, de V. N. de Famalicão como local do seu trabalho…” E mais adiante: “ Manuel de Sá Couto construiu diversos instrumentos desta natureza por todo o norte de Portugal, nunca assinando os seus trabalhos…”
Esta informação e outras complementares aparecem no prospeto que é entregue a todos os visitantes desta magnífica igreja de estilo barroco. Durante este ano de 2019, este templo celebra o 280.º aniversário da sua Dedicação. Para comemoração deste evento, estão agendados vários concertos de órgão por todo o ano corrente.

Têm surgido algumas notícias de que nestes últimos três anos (2016, 2017 e 2018), várias entidades (religiosas, governamentais e autárquicas), promoveram ciclos e/ou de concertos de Òrgão Ibérico, onde o nome de Mestre Manuel de Sá Couto e outros construtores (de Órgãos) aparecem associados, ou em homenagem a este instrumento de “som inconfundível”…

É pena que o nosso “conterrâneo” – é disso que se trata, – esteja praticamente esquecido entre nós, sendo que, tendo ele nascido e vivido ao “nosso lado” (há 250 anos-UM QUARTO DE MILÉNIO) é, no mínimo, nosso dever, como Trofenses, que lhe prestemos, URGENTEMENTE uma Grande Homenagem de Gratidão…

António Costa

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Denúncias de violência doméstica aumentam

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Em 2018, foram 90 os casos de violência doméstica registados pela Guarda Nacional Republicana, na Trofa. Um valor 75 por cento superior ao assinalado em 2017.

Detido recentemente pela Guarda Nacional Republicana, um homem de 58 anos é suspeito de ter agredido “física e psicologicamente” a companheira de 44 anos durante seis anos, na Trofa. O indivíduo tinha em sua posse, segundo fonte da GNR, fotografias e vídeos íntimos da vítima e, apesar de ter antecedentes criminais pelo mesmo tipo de crime, o Tribunal aplicou-lhe como medida de coação o termo de identidade e residência.

Este é apenas um dos casos de violência doméstica que aconteceram no concelho da Trofa. Em números, a GNR registou uma subida significativa deste flagelo, já que em 2017 foram registados 51 crimes e em 2018 foram 90 os casos assinalados. Uma subida de quase 76,5 por cento no espaço temporal de um ano.

Relativamente a detenções, enquanto em 2017 a GNR deteve uma pessoa, no ano seguinte foram três as pessoas detidas. No decorrer das investigações aos casos assinalados em 2018, foram apreendidas duas armas.

Segundo o relatório anual da APAV (Associação Portuguesa de Apoio à Vítima), em 2018 registara-se 15.964 casos de violência doméstica em Portugal, o que representa 77,5 por cento do total de crimes e outras formas de violência assinalados.

foto: DR

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Edição impressa do jornal O Noticias da Trofa de 09 de março de 2023

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