Jovem desaparecida afinal estava fugida

Bárbara Pinho ia supostamente dormir a casa de uma amiga na noite de domingo para segunda-feira. Mas esta história começa quando a família dá conta de que tal não aconteceu. A jovem de 16 anos foi dada como desaparecida na segunda-feira, dia 4 de abril. Bárbara havia sido vista “com um homem” no final da tarde de domingo, num café da Trofa. Três dias depois a jovem foi encontrada e a irmã, Marisa Pinho, contou ao jornal O Notícias da Trofa (NT) como conseguiram chegar ao paradeiro de Bárbara.
Depois dos inúmeros apelos da família nas redes sociais, as notícias começaram a chegar. Marisa contou ao NT que a “primeira notícia” que recebeu dava conta de que Bárbara “tinha sido vista mais ou menos às 19 horas no café com um homem”. A descrição que foi feita do indivíduo levou Marisa a suspeitar de um homem que alegadamente estava na Alemanha e uma fotografia viria a confirmar a identificação da pessoa com quem Bárbara foi vista depois de sair de casa. “Era o tal homem de 40 anos que a gente já suspeitava que estivesse cá em Portugal”, afirmou Marisa Pinho. Seguiram-se mais novidades. Uma imobiliária trofense ligou a Marisa para a informar de que a irmã “tinha ido lá a semana passada para alugar uma casa para ele”. Não alugaram a habitação, mas acabaram por saber que havia uma senhora que alugava quartos. A imobiliária deu a Marisa “os dados da senhora”, no entanto a chamada que Marisa fez foi em vão, uma vez que a senhoria “não  queria dar a morada, nem nada”. Ainda assim a família não desistiu de encontrar Bárbara e foi “às antigas casas” da tal senhoria. “Entretanto foi um inquilino” que disse a Marisa “que ela (a senhoria) arrendava quartos num apartamento perto dos bombeiros, disse o andar e tudo”. Já no local, na Rua António Adão, por volta das 12.45 horas, a família começou “a tocar às campainhas” até que ouviram “a voz dele e a dela”. Foi assim que detetaram “onde é que ela estava”. Bateram à porta, mas ninguém respondeu. “Entretanto saiu uma pessoa do apartamento”, mas o homem com quem Bárbara estava afirmou que só falaria com o irmão da jovem. O irmão recusou-se a falar com ele e a jovem de 16 anos recusou-se a sair. Assim, a família contactou as autoridades. Já no local a GNR da Trofa tomou conta da ocorrência e Bárbara acabou por descer.
O homem com quem Bárbara estava era conhecido da família. Marisa contou ao NT que “há uns meses ele tinha vindo da França” e “começou a ganhar confiança com os miúdos da Trofa”, incluindo o grupo de amigos dos irmãos de Marisa. Na altura a família não viu qualquer mal na situação. Apesar de alguns rumores, Bárbara sempre negou qualquer envolvimento com o homem. A família da jovem trofense ficou mais sossegada quando o indivíduo partiu para a Alemanha. “A Bárbara continuou normal, nunca deu indícios de que ia fazer isto”, apontou Marisa. Até que no domingo “ela foge”. “Não foi a casa de amiga nenhuma, ela fugiu mesmo”, disse a irmã de Bárbara.
Quando foi encontrada, “Bárbara disse que não esteve com ele, que tinha estado no Porto e só tinha ido ontem (quarta-feira) à tarde lá a casa dele”, mas a família não garante a veracidade desta afirmação. Bárbara Pinho foi referenciada pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens por instabilidade emocional, mas Marisa Pinho disse ao NT que “ela (Bárbara) diz que está bem e que sabe aquilo que quer”. Para a irmã de Bárbara tudo isto não passa de uma “ilusão”. “Ela diz que tem motivos para estar assim, mas nós nunca lhe fizemos mal. Ela sempre teve tudo aquilo que precisou, nunca lhe faltou nada. Se assim fosse os outros irmãos também tinham que reclamar”, acrescentou Marisa, que mencionou ainda que Bárbara “não tem justificação para fazer uma coisa destas”.
O NT sabe que a Bárbara esteve dois dias no Porto e só ontem regressou à Trofa. O homem com quem Bárbara foi encontrada também contactou a GNR da Trofa, quando ela lá chegou. Depois disso, a jovem de 16 anos foi levada pela GNR para procedimentos processuais e foi entregue à mãe. Agora, o processo avança para diligências no Ministério Público.