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Ano 2007

INCÊNDIOS FLORESTAIS – No bom caminho

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afonsopaixao

Durante as últimas décadas, temos ouvido falar tanto em fogos florestais que nos tornou quase imunes a essas notícias.

  Para além das responsabilidades que todos temos, em maior ou menor medida, a frequência com que as notícias se sucedem, durante os meses de calor, tornou-nos pessoas indiferentes às verdadeiras catástrofes sociais, económicas e ambientais.

Felizmente, o ano de 2007, que ainda não terminou, parece trazer-nos boas notícias quanto a este assunto tão importante.

Ainda que não conheça as estatísticas para este ano, ou se já foram publicadas, as notícias publicadas recentemente no Jornal de Notícias dão-nos algumas esperanças de que estaremos no bom caminho.

Na verdade, diz-nos aquele jornal diário, citando o ministro Rui Pereira, em 2008 serão reforçados os meios aéreos de combate aos incêndios em 53 unidades a que acrescem 96 veículos de combate terrestre. A estes meios há que acrescentar ainda 11 veículos de gestão estratégica operacional, além dos meios humanos de que registei 60 novos grupos especiais.

Tenho ouvido frequentemente as queixas dos bombeiros reclamando contra a insuficiência de meios de combate ais incêndios. Penso que têm razão e falam com a autoridade de quem "dá o corpo ao manifesto" quando a maioria de nós critica em vez de ajudar e tem sempre soluções milagrosas que terminaria com os incêndios.

A verdade é que, apesar da razão que assiste aos bombeiros, estas notícias, não solucionando o grave problema dos fogos florestais, e outros, também graves, é um contributo para atenuar as consequências das tragédias anualmente anunciadas e quase sempre confirmadas.

As boas notícias de 2007 dizem respeito à área ardida. Os números publicados, ou a publicar, darão conta da redução significativa da área que ardeu durante este ano.

Segundo a mesma notícia, a área que ardeu a menos durante este ano, representou um valor de 283 milhões de euros. Significa isto que ficámos 283 milhões de euros menos pobres que os anos anteriores.

Significa também que há menos proprietários, florestais e não só, com a sua economia arrasada pelo fogo e a necessitar de apoios do Estado, logo, menos subsídios pedidos ao Estado e pagos com o dinheiro dos impostos.

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Mas, há outro dado importantíssimo a que uma boa parte das pessoas ainda não atribui a importância que tem. A diminuição de gases libertados para a atmosfera de que o dióxido de carbono é o mais importante: em 2007, foram lançados para a atmosfera, em consequência dos incêndios, menos 1,5 milhões de toneladas de CO2.

Este gás, o actual maior responsável pelo efeito estufa, resulta das combustões, é lançado por nós todos no quotidiano e só pode ser combatido pela clorofila, função desempenhada pelos árvores e pelo plâcton que existe nas águas.

Ora, se a floresta arder, dentro de poucos anos teremos a atmosfera carregada desses fumos com gases nocivos, rareando o oxigénio, como veremos a temperatura a subir de tal maneira que derretem os gelos polares, fazendo subir as águas do mar que acabarão por invadir os terrenos no litoral.

Vamos acreditar que os homens serão capazes, em Portugal e não só, de combater essa ameaça e essas tragédias nunca venham a confirmar-se.

Espero que os objectivos anunciados pelo ministro Rui Pereira e tenhamos em 2012 menos de 100 mil hectares de área ardida e, em 2018, menos de 30 mil.

E esperar, também, que, quando lá chegarmos, sejamos suficientemente exigentes para afirmarmos que esses objectivos devam ser ultrapassados porque não queremos tantos incêndios.

A alternativa é pedir que chova como em 2007.

 

Afonso Paixão

 

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