Fundador do movimento Refood elogia trabalho do núcleo da Trofa

Na Trofa, há um movimento que, todos os dias, transforma o que podia ser desperdício em refeições para quem mais precisa. No polo de S. Martinho da Junta de Bougado, foi possível perceber como uma ideia simples conseguiu mobilizar dezenas de voluntários, instituições e famílias ao longo de um ano inteiro. A Refood Trofa reuniu-se a 29 de novembro para a primeira Reunião Sementeira, um momento de balanço, partilha e motivação que mostrou o impacto silencioso, mas poderoso, deste trabalho comunitário.

Atualmente, a Refood Trofa apoia mais de 200 pessoas, o que corresponde a cerca de 80 famílias, integrando entre 70 a 80 crianças. A este apoio direto juntam-se ainda instituições que beneficiam dos excedentes alimentares após a distribuição aos beneficiários. Os números refletem um crescimento sustentado, assente numa rede de cerca de 80 voluntários ativos e numa média de 12 toneladas mensais de alimentos resgatados.

Em declarações ao NT/TrofaTv, a coordenadora do núcleo, Fernanda Silva, sublinhou que a Reunião Sementeira teve como objetivo “mostrar que o apoio de todos ao longo deste ano foi uma mais-valia”.

“Aquilo que mais nos orgulha nos resultados que temos foi a confiança depositada das instituições, sejam elas públicas ou privadas, que acreditaram que nós íamos conseguir”, afirmou Fernanda Silva, acrescentando que esse apoio se traduziu em melhores condições logísticas e operacionais para o dia a dia do núcleo, que funciona essencialmente com base no voluntariado, a partir de um armazém localizado na APPACDM da Trofa.

O trabalho da Refood Trofa decorre, em regra, de segunda a domingo, embora no mês de dezembro esteja prevista uma adaptação do funcionamento, para garantir que os voluntários usufruem da época natalícia com dignidade, sem comprometer o apoio aos beneficiários.

A sessão contou com a presença do fundador do movimento Refood, Hunter Halder, que se mostrou “completamente satisfeito” com os resultados alcançados na Trofa. “É um trabalho comunitário meritório e ficámos todos com muito orgulho do trabalho feito”, afirmou.

Hunter Halder explicou que a Refood assenta em três pilares fundamentais. “Começa com a ideia de resgatar comida que está em perfeitas condições” e, de seguida, “entregar para pessoas que têm falta de comida ou insegurança alimentar”. A estes dois juntou-se um terceiro, que considera essencial para fazer mexer a cadeia: “a inclusão da comunidade”.

O fundador destacou ainda que estes princípios estão “muito bem desenvolvidos na Trofa”, ao mesmo tempo que revelou que o movimento está a dar passos no sentido da internacionalização. Em viagens recentes por cidades como Madrid, Valência, Luanda e Berlim, a Refood tem vindo a lançar as bases para um projeto piloto global. “Estamos a começar a partir pedra para colocar a Refood em todos os países do mundo”, afirmou, reforçando que se trata de um movimento “100% voluntário”, sustentável do ponto de vista social, ambiental e financeiro, e que continua a crescer graças ao envolvimento e generosidade das comunidades.