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Escrita com Norte: O jogo de(mora) uma vida

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Não sei se devia ambicionar mais da vida (talvez ser um senhor), mas na verdade, o que anseio, semana após semana, desde há muitos anos, é pelo domingo de manhã, onde às 11 horas, sem falta, nas coordenadas – Latitude: N 41º 20′ 26” Longitude: W 8º 32′ 40” – acontece o nosso jogo da bola. É um enorme acontecimento, não pelo futebol praticado (são sete “mancos” contra seis “mancos”, mais eu), mas pelo facto de que quando digo o “nosso jogo” é a forma de ainda nos encontrarmos! Se bem que após alguns falhanços, de um ou de outro, de baliza aberta, passo bem a semana sem os ver!
O jogo deste último domingo, dentro da sua espectacularidade singular, foi mais um igual aos outros…o jogo começa às 11, mas em campo ainda só estão o Miguel e o Mário, no balneário, o Rodrigo está a tirar a roupa e o telefone toca…é o Quim. O Quim está na bomba de gasolina onde deixou o carro para lavar e aspirar e precisa de boleia.

– Não te posso ir buscar, estou a equipar-me – responde o Rodrigo.
Do outro lado, o Quim diz algo ao qual o Rodrigo responde, – O Calheiros também não pode, está de trusses.
Devido a fortes laços familiares, o Miguel, que está no campo, interrompe o aquecimento e vai buscar o cunhado, apesar de não gostar de jogar com ele, mas adora ver o sobrinho que acompanha sempre o pai.
Chateado, o Cabral, que joga no lado do “inimigo”, resmunga – A vossa equipa ainda não está cá?!
(da equipa dele ainda faltam dois)
Já com quase todos em campo, chega o Miguel a resmungar com o Quim, devido aos fortes laços familiares, mas sorri quando olha para o sobrinho que dá razão ao tio.

– Agora que estamos todos, vamos começar?! – diz o Cabral, perguntando.

– Esperai um bocado! – diz o Edu, enquanto entra em campo. Afinal ainda faltava um jogador… adversário.
Enquanto o Edu aquece, o David vem ter comigo para me transmitir a mensagem errada. Em vez de dizer, “Admiro todo o teu virtuosismo técnico e táctico”, queixa-se, “Passei a semana com dores na perna e a tomar medicação, por causa de um “cacete” que me deste.” Lembro-me de nesse jogo ele me ter dado três “cacetes”…faz parte!
O Edu termina o aquecimento e estamos prontos para começar, são 11h15m e a parte boa é que estamos a aguentar o empate…costumamos não ganhar!
Havendo duas bolas, alguém decidiu complicar o que estava complicado para começar, perguntando – Com que bola jogamos?
Quase todos queriam jogar com a bola branca e eu proponho jogar com a azul. A branca é demasiado redonda, enquanto a azul é ligeiramente ovalizada, sendo mais propícia à qualidade técnica da maioria!
Hilário, que toma conta do campo, avisa-nos, “Hoje o jogo tem que acabar mesmo ao meio-dia. Tenho que ir a um sítio!”.
Perante a informação e tendo o jogo ainda não começado, senti que apesar de correr o risco de pagar para fazer apenas o aquecimento, poderíamos aguentar o empate se o jogo não chegasse a começar!
Mas começou, e logo parou com uma dúvida do Sá – Afinal aonde jogo? No meio campo ou a lateral?
(Sim, ainda há coisas que não conseguimos definir antes de o jogo começar)
Quim, o “Presidente” do grupo, põe o Sá a avançado e o jogo recomeça já quase no fim!
Chegou a haver esperança no empate!

Cronista escreve de acordo com a antiga grafia

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