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Edição 557

Depois do boicote, 37 murenses foram votar

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No dia das eleições Presidenciais, as assembleias de voto no Muro não abriram, como forma de protesto pelo adiamento da construção do prolongamento da linha do metro até à Trofa. Mas na terça-feira, a Câmara da Trofa convocou o mínimo de pessoas para abrir as urnas, tendo votado 37 pessoas.

Tal como aconteceu nas últimas eleições Presidenciais, em 2011, as assembleias de voto não abriram na freguesia do Muro, em reivindicação pelo prolongamento da linha de metro do Instituto Superior da Maia (ISMAI) até à Trofa. Depois do boicote, o presidente da Câmara Municipal da Trofa, Sérgio Humberto, emitiu um edital, no domingo, a informar que as assembleias de voto iam abrir para “nova votação” a partir das 8 horas de terça-feira, 26 de janeiro, “mantendo-se a constituição das mesas” no salão nobre da Junta de Freguesia do Muro e na Associação Recreativa Juventude do Muro. Mas, na terça-feira, as mesas de voto não abriram às 8 horas pela não comparência dos elementos nomeados, obrigando a autarquia a constituir as mesas com o mínimo de pessoas para assegurar o ato eleitoral – três pessoas em cada mesa -, entre as quais funcionários do Município, para que as urnas fossem abertas pelas 11 horas.

Dos 1610 inscritos, só 37 votaram, tendo Marcelo Rebelo de Sousa sido a escolha de 24 pessoas, seguido de Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans, com sete votos, Marisa Matias com três e de Sampaio da Nóvoa com dois, numa votação que contabilizou um voto nulo.

O presidente da Junta de Freguesia do Muro, Carlos Martins, que foi um dos 1573 inscritos que não votou, adiantou que como “não conseguiu ninguém para as mesas e a responsabilidade do ato eleitoral é da Câmara Municipal”, coube ao Município “tentar diligenciar pessoas do Muro para que se pudesse abrir” as assembleias de voto.
Carlos Martins tem a noção de que este “poderá não ser o melhor meio de reivindicar”, mas que “toda a gente do Muro está dececionada por não ter o metro” e a “freguesia está disponível para que não deixem esquecer a luta pelo metro”. “As pessoas que deem ideias e sugestões para a reivindicação”, apelou.

Esta não é a primeira vez que os murenses boicotam um ato eleitoral. Em 2011, nas eleições presidenciais em que foi eleito Aníbal Cavaco Silva, as eleições no Muro foram boicotadas a 23 de janeiro e repetiram-se a 25, mas a população voltou a abster-se. Também em maio de 2014 nas eleições Europeias houve boicote no Muro.

 

“E o futuro?”

Face à Estrada Nacional 14, na Rua José de Muro Coutinho, perto da Igreja Matriz de S. Cristóvão do Muro, está colocada uma imagem com fotografias da estação de comboios e os anos 1932 (quando o comboio começou a passar na Trofa), 2002 (quando a ligação ferroviária foi encerrada para dar lugar a metro) e 2016, antecedido da pergunta “e o futuro?”.

Recorde-se que a 24 de fevereiro de 2002, a circulação ferroviária nas linhas da CP da Póvoa de Varzim e da Trofa foram encerradas para dar início às obras de construção do canal do metro, disponibilizando-se um serviço de transportes alternativos em autocarro aos clientes. Mas a população da Trofa continuou sem metro, enquanto a ligação à Póvoa foi inaugurada a 18 de março de 2006. Em dezembro de 2009 foi lançado o concurso público internacional para a linha da Trofa que acabou por ser suspenso em setembro de 2010.

Já o ano passado, as autarquias trofense e maiata, bem como a Comissão de Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) e a empresa Metro do Porto assinaram um protocolo de cooperação, que foi homologado pela Secretaria de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações e pela Secretaria de Estado do Tesouro e Finanças, a 30 de setembro, com vista a demonstrar “interesse na construção da linha de Metro até à Trofa”. Em causa está a extensão da Linha C, que faz a ligação entre Campanhã, e o Instituto Superior da Maia (ISMAI), até à Trofa com a construção de cerca de 3,5 quilómetros de linha, em “via dupla”, a criação da estação de Ribela (na Maia) e a reativação da do Muro. A base deste acordo é a de que os dois municípios se comprometem a “abdicar de uma verba de possíveis fundos europeus para que tudo reverta para este projeto”, referindo que a empreitada será objeto de candidatura no âmbito do Portugal 2020, e em caso de obter luz verde, a contrapartida nacional terá de ser assegurada pelo orçamento municipal das duas autarquias. Estamos a falar de um investimento de “cerca de 36,7 milhões de euros”, sendo que o concelho da Maia vai investir “18,951 milhões de euros (sem IVA)” e o da Trofa “17,748 milhões de euros (sem IVA)”.

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Administrador da Metro apontou Gaia e Gondomar como linhas prioritárias

Após a eleição dos novos corpos sociais para o triénio 2016-2018 da Metro do Porto, o recém-eleito administrador não executivo da Metro do Porto, Marco Martins, adiantou que “os autarcas e a assembleia-geral da empresa só defenderão a expansão da rede quando de facto for sustentável e rentável a operação”, e apontou como prioridade as ligações Santo Ovídio-Vila D’Este (Gaia) e Campanhã-Freixo-Valbom-S.Cosme (Gondomar).

Questionado sobre se a ligação ISMAI-Trofa deixa de ser uma prioridade e para quando está prevista a sua concretização, o Conselho Metropolitano do Porto remeteu o documento do plano estratégico de base territorial, “aprovado por unanimidade”, onde se lê que as ligações “ISMAI-Trofa, Vila d’Este, Gondomar-centro, HSJ-São Mamede Infesta-Matosinhos, Campo Alegre, HSJ-AIFSC, entre outras” devem ser “revisitadas e reavaliados os projetos em carteira”, considerando-se “a hipótese de evolução para soluções com menores custos por quilómetro, adaptando-os aos níveis de procura previsíveis, considerando-se designadamente extensões em via única”. A justificação apresentada é a de “adaptar custos de investimento de projetos em carteira”.

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