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Deolinda no Teatro Municipal De Vila do Conde Foto¬-Reportagem

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Expressiva, contagiante e sedutora. Assim é a música da Deolinda e assim é a postura em palco da encarnação vocal da Deolinda, Ana Bacalhau.

 Num concerto que é ainda o 3º da digressão do novo álbum da Deolinda “Mundo Pequenino”, o alinhamento da banda para esta noite de casa cheia no Teatro Municipal de Vila do Conde foi perfeito.

 Acentuada a tónica no “Mundo Pequenino” e nas canções que o compõem, A Deolinda atreveu-se muito bem a abrir o concerto com “ Algo Novo”, tema que abre o 3º álbum da Banda e que teve honras de abertura. Destaque para a presença de Sérgio Nascimento, na precursão, que deu um colorido diferente a muitas das canções da Deolinda.

Continuaram assim por mais temas deste trabalho e indo lentamente a encaixar os temas que fazem da Deolinda um fenómeno musical muito peculiar, e que fazem parte dos seus dois primeiros álbuns “Canção ao Lado” e “Dois Selos e um Carimbo”.

 O público, esse, foi agarrado logo aos primeiros acordes e, claro está, á presença extremamente viva de Ana Bacalhau, voz inconfundível deste também inconfundível projeto e entidade musical que é a Deolinda.

 Houve tempo para dois encores, com um público rendido a uma banda que tem um respeito enorme por quem os ouve e vê.

 Uma noite memorável, para quem esteve no Teatro Municipal de Vila do Conde.

Findas as hostilidades musicais, a banda conversou com muito do público presente, entre autógrafos e cumprimentos, e nessa altura houve ainda tempo para uma pequena conversa com Ana Bacalhau (Voz)  e José Pedro Leitão (Contrabaixo).

NT: Deolinda são, desde a 1ª hora, uma entidade musical que é muito marcada, tem um som próprio, que se distingue aos primeiros acordes, mesmo antes da Ana começar a cantar.  Este som foi procurado, encontraram-no por acaso, ou simplesmente é natural, sai mesmo assim?

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Ana Bacalhau: Logo desde o inicio apercebemo-nos que havia ali qualquer cisa a trabalhar e depois á medida que fomos tocando e fomos nos apresentando ao vivo, fomos percebendo como é que nos podíamos encaixar com os instrumentos que tínhamos e fomos construindo um som e a partir de “Canção ao Lado”, acho que conseguimos atingir o som e perceber o que é que era Deolinda e o que não era Deolinda . Depois continuamos isso em “Dois Selos e um Carimbo” e agora decidimos experimentar mais coisas, abrir o Mundo da Deolinda, mas mesmo assim apesar das novidades, sinto que continua a haver esse ADN sonoro que é a Deolinda.

NT: Numa prespectiva de olhar enquanto músicos, acham que a música portuguesa, esta nova onda que são várias ondas diferentes mas que se cruzam algures por aí, tem futuro, tem chão para evoluir?

José Pedro Leitão: Acho que  sim, quando começamos há uns anos não se cantava tanto em Português como se canta agora, e temos na nossa geração e nas gerações mais novas, muita gente a cantar em Português e muito bem em Português. E vemos cada vez mais , quando andamos pelo mundo, artistas Portugueses que vão tocar ou já tocaram pelas salas por onde passamos. Por acho que a música Portuguesa está de boa saúde, de pedra e cal.

NT: Os Deolinda estão apostados em continuar a criar um legado musical, serem uma referência, ou estão mais interessados em divertirem-se com a vossa música?

Ana Bacalhau: Mais apostados em continuar a explorar isto, que é “Ser Deolinda”. E com isso, se as pessoas quiserem continuar connosco por muitos e muitos anos, melhor (risos).

NT: Quando ouvimos as vossas letras, elas soam-nos a algo familiar, a algo que já vivemos e até a uma espécie de sentimento colectivo, como em “Que parva que sou”. Pensam nisso quando escrevem as vossas letras, ou algo que naturalmente esta no sangue?

Ana Bacalhau: Acho que não é pensado nesse sentido, nem é procurado, o que é que vamos falar ou dizer ás pessoas. Acho que se fizéssemos isso soaria forçado e se calhar  não atingiria ninguém. É muito natural.Escrevemos sobre o que vemos e falamos sobre disso. Se calhar é também o que as pessoas vêem, se calhar.

NT: O “Mundo Pequenino” afinal traz muita coisa dentro de si, parece até uma espécie de caixa de pandora, cheia de surpresas. Vai continuar assim a Deolinda no futuro, cheia de surpresas?

José Pedro Leitão: Acho que sim. Tentamos sempre a cada trabalho surpreendermo-nos primeiro a nós, a depois a a quem nos ouve. Realmente, neste disco, depois de experiências que tivemos com a Orquestra Metropolitana de Lisboa, e mesmo até nos  concertos nos Coliseus aqui à dois anos, percebemos que conseguimos ter na mesma um fundo da Deolinda, acrescentando alguns instrumentos. Então porque não continuar a fazer isso… Tanto é que quando saímos para a estrada trouxemos o Sérgio Nascimento connosco, porque achamos que fazia todo o sentido manter um bocadinho dessa tónica ao vivo.

Texto: Ângelo Ferreira

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Fotos: Miguel Pereira

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