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Edição 673

A Máquina de Propaganda Parte X: a encomenda

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Uma das maiores e mais claras demonstrações do papel do Correio da Trofa enquanto elemento-chave de uma estratégia concertada de manipulação da opinião pública trofense, colocada em marcha por elementos da cúpula dirigente da coligação Unidos pela Trofa, em 2013, foi a edição que antecedeu as Autárquicas de 2017. Tratou-se de uma edição que, mais do que qualquer outra, se assemelhou a um autêntico folhetim de campanha, com a diferença que este folhetim não vivia apenas dos donativos de militantes e simpatizantes das estruturas concelhias de PSD e CDS-PP. E fazer campanha com dinheiro dos outros, com o “contributo” dos cofres públicos, é sempre uma ajuda preciosa, em tempos de gastos elevados.
O nº 101 do Correio da Trofa, datado de 29 de Setembro de 2017, tem 16 páginas. Dessas, uma é a capa, que tem apenas um apelo ao voto e três caixas de publicidade, uma página e meia de entrevista à presidente da Assembleia Municipal, duas de entrevista ao autarca em funções (que tinha sido entrevistado pelo mesmo jornal duas edições antes) um quarto de página com um comunicado da coligação PSD/CDS-PP e três quartos de página com um artigo de opinião cobarde e desonesto, estranhamente integrado no plano de propaganda. A estas 5 páginas e meia devemos acrescentar a publicidade, que ocupa cerca de 6 páginas, e ficamos com 11 páginas e meia. As quatro páginas e meia que restam são ocupadas por dois artigos de opinião de dois apoiantes do executivo, como sempre acontecia naquele “jornal”, duas notícias minúsculas sobre Trofense e Bougadense, porque o futebol nunca pode faltar, e 5 mini-notícias subdesenvolvidas, para acabar de encher o chouriço e fazer de conta que aquilo era um jornal.
Chamem-lhe o que quiserem: eu chamo-lhe encomenda. A edição nº 101 deste folhetim político, travestido de jornal, foi, repito, uma encomenda política. E qualquer profissional do jornalismo percebe isso, incluindo os que alegadamente lá trabalhavam. Não há uma única peça assinada, com excepção dos artigos de opinião, e não existe outro objectivo para além de dar voz aos dois principais candidatos da coligação, a dois dias das eleições, sendo que o dia seguinte à publicação era o chamado Dia de Reflexão, durante o qual os partidos e os candidatos estão proibidos por lei de fazer campanha. Porém, com o Correio da Trofa acabadinho de sair do forno, curiosamente numa Sexta-feira, quando o dia de publicação era a Quinta, ficou a propaganda assegurada para o fim-de-semana eleitoral.
Importa referir que, ao contrário deste jornal, que entrevistou todos os candidatos de todos os partidos à câmara, à AM e às freguesias (com excepção de Sérgio Humberto, que obviamente recusou também o convite para um debate com os seus adversários), que cobriu acções de campanha de todas as candidaturas e que promoveu um debate entre candidatos à câmara, o Correio da Trofa limitou-se a fazer a cobertura dos candidatos e iniciativas da coligação PSD/CDS-PP. Com excepção de uma ou outra curta referência, o Correio da Trofa fez aquilo que se espera de um jornal que serve o poder: servi-lo. Será que também foi escrito na sede do PSD Trofa?
O papel do Correio da Trofa, porém, não se ficou por episódios vergonhosos como este. Meses antes das eleições, um indivíduo a quem ninguém lhe conhecia um único escrito, e sobre quem familiares e amigos afirmavam não lhe reconhecer a queda, o interesse, o talento ou a capacidade para a escrita, emergiu do nada, para insultar, difamar e levantar falsos testemunhos sobre quem incomodava o regime humbertista, num estilo de escrita muito similar ao de uma conhecida personagem política local. Tais escritos, cobardes e pautados por um fanatismo doente e miserável, repletos de mentiras descaradas e demagogia barata, tinham um propósito muito claro. Lamentavelmente para os cobardes que por trás deles se escondiam, o tiro saiu-lhes pela culatra. A ele iremos em breve.

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