Edição 643
Crónica: Chamem a polícia
O sentimento de segurança para o comum cidadão é dos elementos fundamentais para o seu sentimento de bem-estar e os habitantes da Trofa só de forma tardia recebeu essa fundamental valência da presença do estado soberano.
A falta de policiamento na cidade da Trofa, acabaria por provocar na sua população um constante sentimento de insegurança, muito devido ao forte desenvolvimento da industrialização que gerava enormes dividendos financeiros, fazendo com que houvesse bastante dinheiro a circular. As FPs 25 acabariam por realizar dois assaltos na Trofa que renderam ao grupo terrorista vários milhares de contos, aproveitando dessa situação.
A Trofa praticamente desde tempos bastante remotos, sempre teve mais dificuldades se comparadas com outras localidades vizinhas para receber equipamentos fundamentais para a sua atividade diária, desde a instalação elétrica, rede de telefone, corporação de bombeiros, etc. etc. acabaria também por se estender essa dificuldade às forças policiais.
Contudo, em 1921, escrevia-se no Jornal de Santo Tirso, um apelo para a criação de um Posto da Guarda em Bougado, a Câmara Municipal de Santo Tirso estava empenhada para que isso fosse uma realidade, explanava a 29 de dezembro daquele ano nas páginas daquela publicação e ainda solicitaria apoio à Junta de Freguesia de S. Martinho de Bougado para ceder instalações para esse fim.
Relativamente a este assunto não houve mais informações na imprensa nas edições seguintes, tudo não terá passado de meras intenções, podendo servir de justificação para esse facto, possivelmente a falta de instalações, falta de investimento público, etc. etc.
A Trofa ficaria sem forças policiais durante bastantes décadas, recebeu os primeiros elementos de uma força policial, sendo efectivos da extinta Guarda Fiscal para sobretudo acompanhar o elevado movimento de mercadorias que as empresas internacionais iam realizando na Trofa para evitar contrabandos e descaminhos do seu produto como também de matérias primas fundamentais à sua laboração. A localização do seu posto era bastante próximo ao cruzamento do Catulo no centro da nossa cidade e a casa ainda existe no presente.
Só anos mais tarde, acabaria por chegar a Guarda Nacional Republicana ao nosso concelho, uma chegada atribulada com os primeiros elementos destacados ainda não terem o seu posto pronto e terem de ter o apoio das instalações da GNR de Santo Tirso.
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