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Crónicas e opinião

Correio do Leitor: O 25 de Novembro de 1975 reforçou a Democracia

“Os críticos que menosprezam esta data histórica são saudosistas de um passado inútil.”

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Este ano celebra-se os 50 anos do 25 de Novembro de 1975. Em 28 de agosto passado, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que determina a comemoração do 50º aniversário do 25 de Novembro de 1975, sendo criada uma comissão para a justa homenagem. O ano de 1975 fica na história como o de maior perturbação política no país, após o 25 de Abril de 1974. A nossa Democracia e a Liberdade vacilavam com o país à beira da “banca rota”. Era necessário mudar o rumo para não voltarmos a outra ditadura, esta de esquerda comunista, pior que a ditadura que tínhamos vivido durante 48 anos de repressão, miséria, analfabetismo e a guerra colonial que causou cerca de 11 mil jovens soldados mortos.

A evolução que se seguiu à Revolução dos Cravos não foi nada pacífica. Viveu-se com muita instabilidade, perseguição, medo, homicídios, bombas, sabotagens, assaltos a bancos, ocupação de terras, de casas e de empresas, colocando em causa postos de trabalho e encerramento de fábricas. Grandes grupos económicos foram abalados e extintos nessa época. Houve também saneamentos em empresas, greves selvagens, nacionalizações e reforma agrária no Alentejo. Enfim, um país destroçado com grande perturbação política e social, liderada pela ala esquerdista. A nossa jovem Democracia caminhava convulsa desde o 25 de Abril/74. Era necessário mudar o rumo de uma vez por todas! Perante a situação, surge o grande militar General Ramalho Eanes, que também participou no 25 de Abril/74. Um homem pouco conhecido, vestido de camuflado e de óculos escuros, que ostentava uma imagem de oficial duro e enigmático que conquistou a confiança dos portugueses pela sua honestidade e honradez. Ele foi o coordenador operacional do grupo dos nove e, assim, comandou uma grande coluna militar sobre Lisboa, tendo o apoio de várias unidades, impedindo a tentativa de golpe de estado em Portugal.

No Rossio houve grande aglomeração de militares e muitos civis. Ramalho Eanes foi um grande vitorioso! Comandou um segundo 25 de Abril/74, devolvendo a plena Democracia para todos nós. Foram declarados oito dias de “estado de sítio”, com muitas operações de stop. Nessa altura foi extinto o COPCON de Otelo. Esta foi a derrota dos sublevados e a vitória dos moderados que ansiavam um futuro promissor para o país. Assim se foi consolidando a Democracia apesar de muitos contratempos, que ainda hoje estão presentes no nosso dia a dia pela má governação. Estamos sufocados pelo mau serviço dos políticos em defesa dos interesses do povo.

O General Ramalho Eanes, nasceu em Alcains, distrito de Castelo Branco, a 25 de janeiro de 1935. Nunca imaginou o papel de relevo que viria a ter e acabou por brindar-nos com a sua notável postura, em 25 de Novembro de 1975. Esteve em todas as províncias ultramarinas portuguesas. Foi várias vezes condecorado. Nos bastidores da cena política foi mencionado como um dos possíveis candidatos a presidente da República e até apoiado por Francisco Sá Carneiro, quando ganhou as eleições de 27 de junho de 1976 e depois em 1981. Foi um dos melhores Presidentes de Portugal. Foi o Homem que não quis ser Marechal, um ato de humildade. Faz parte do Conselho de Estado. No próximo dia 25 vai decorrer a comemoração dos 50 anos deste grande dia para Portugal, onde vai certamente discursar com os seus 90 anos de idade. Está sempre presente em cerimónias oficiais, onde é muito acarinhado pelos Portugueses e é um símbolo incomparável das Forças Armadas. Ramalho Eanes foi uma das figuras determinantes para a consolidação da Democracia no país. Foi militar, estadista, político é uma figura central na história contemporânea de Portugal. Os críticos que menosprezam esta data histórica são saudosistas de um passado inútil.

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Por mim passou toda a evolução que se seguiu à Revolução dos Cravos, porque fui militar em Lisboa entre 1974 e 1976. Em Lisboa votei pela primeira vez no Palácio das Galveias.

Firmino Santos

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