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Ano 2011

Clube de voleibol pede ajuda para não acabar (c/ video)

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O Clube Académico da Trofa está a viver momentos difíceis. As complicações financeiras assolam o emblema e a direcção resolveu “dar um murro na mesa” e pedir ajuda. Em causa está a continuidade da equipa sénior feminina, actual campeã nacional de voleibol.

Com um valor mensal de despesas “na ordem dos 12 mil euros”, o presidente Mário Moreira relembrou o histórico do CAT, referindo que “em seis anos é o quarto maior clube nacional em campeonatos nacionais e em Taças de Portugal”. Por ser “o único clube do concelho que entra em todas as competições para ganhar”, o presidente apelou à ajuda da Câmara Municipal e dos empresários.

“O CAT está numa grande crise. Muitas vezes pomos em questão a continuidade do clube. Não somos subsídio-dependentes, mas obviamente dependemos de dinheiro, temos as nossas despesas e os nossos encargos”, frisou.

O responsável espera “receber o subsídio da Câmara relativo a 2010 e 2011, nem que seja num valor mais reduzido”. Recorde-se que, de acordo com Mário Moreira, o anterior executivo atribuía um subsídio de 50 mil euros anuais ao clube. “Temos a certeza que a autarquia vai olhar para nós com mais carinho e certamente arranjar-nos o subsídio que é de inteira justiça”, asseverou.

O apelo estendeu-se aos empresários para patrocinar o clube. Mário Moreira afirmou que vai “fazer um grande apelo à Federação (Portuguesa de Voleibol) no sentido de se transmitirem jogos na televisão”, para “poder oferecer mais qualquer coisa aos patrocinadores”.

No entanto, Manuel Barbosa, treinador da equipa sénior, considera que se os empresários “apostassem mais na equipa e ajudassem a que ela fosse às competições europeias, já havia jogos na televisão”.

Para além das dificuldades financeiras, o clube sofreu ainda com o afastamento de alguns directores. O presidente não sabe a razão da sua ausência: “Alguns estão afastados, mas resolvem os problemas fora. Agora muitos outros deram o nome e não conseguem chegar-se ao clube. É sempre bonito ver no final da Taça que está lá toda a gente a bater palmas e a apoiar. É pena que não seja assim toda a época”.

Capitã do CAT: “Começa a chegar o limite…”

O tempo de vida do CAT é escasso e se para Mário Moreira o clube “já não devia estar a viver”, porque tem “que pagar para ser presidente, assim como outros dirigentes”, já Manuel Barbosa aponta para um limite que acaba “dentro de uma ou duas semanas”.

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Na época passada, as atletas foram campeãs nacionais com três meses de subsídios em atraso. Jogadoras e treinadores chegaram a acordo com a direcção, mas nesta temporada, apenas receberam o do mês de Setembro. A capitã não esconde a tristeza que se vive no seio do plantel: “Chegámos a um ponto em que estamos a cumprir com os objectivos, mas não cumprem connosco. Só que além de sermos um grupo de atletas, somos pessoas que gostam de jogar e mantemo-nos juntas. Mas começa a chegar o limite…”.

O treinador da equipa sénior não esconde o desânimo de ver o pavilhão cada vez mais vazio nos jogos e considera “ignorância” o facto de pessoas alegarem desconhecer o clube: “Um clube que é campeão nacional tantas vezes, só quem é ignorante é que não pode conhecer”.

Manuel Barbosa foi muito crítico à forma como o país encara o desporto no feminino: “A nível desportivo somos um país de terceiro mundo. Em Portugal, quando dizem que há direitos iguais não é verdade. Nós temos é os mesmos direitos para pagar. Portugal a nível de desporto obtém mais títulos a nível feminino, veja-se a Telma Monteiro, Ticha Penincheiro, Aurora Cunha e Rosa Mota, mas as pessoas continuam a dizer que o masculino é que é bom”.

Pais das atletas “estão preocupados” com situação do clube

Também os pais das jovens que compõem o departamento de formação do CAT estão preocupados com o futuro do clube. O porta-voz Jorge Rocha referiu que “todos os pais tinham gosto que o clube continuasse e aumentasse o número de atletas”. No entanto, está ciente das dificuldades actuais, que fazem com que sejam os progenitores “a suportarem as viagens das atletas para a maior parte dos jogos”, já que para os pavilhões mais distantes “a Câmara disponibiliza um autocarro”.

Jorge Rocha afirmou que, se o CAT acabasse, a maior parte das jovens “deixavam de praticar voleibol, porque torna-se difícil praticar fora do concelho”.

Mesmo com todas as dificuldades, a equipa sénior do CAT soma e segue no campeonato. No domingo, venceu o Leixões por 3-0 e consolidou o 2º lugar, que o permite disputar a 2ª fase da Divisão A1.

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