

Edição 766
Anúncio do ministro sobre concurso para nove ponte “é plano de intenções”, diz PCP
A comissão concelhia do PCP da Trofa emitiu um comunicado a propósito do anúncio do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, para o lançamento do concurso, até final do ano, para a construção da nova ponte sobre o Rio Ave.
A propósito do anúncio do ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, para o lançamento do concurso, até final do ano, para a construção da nova ponte sobre o Rio Ave, a comissão concelhia do PCP da Trofa emitiu um comunicado referindo que tal informação do governante não passa de “boas intenções”, uma vez que “no quadro da discussão do Orçamento do Estado, este não contempla nenhuma verba para a execução da obra”.
“O ministro anunciou a construção de uma nova ponte sobre o rio Ave que ligará Trofa a Famalicão, estando prevista a conclusão da mesma no início de 2025. Sendo já conhecidos os problemas de trânsito na atual ponte da EN14, a sua construção só peca por atraso, sendo sempre adiada pelos sucessivos governos PS/PSD/CDS”, acrescentam os comunistas, que garantem “continuar na defesa da melhoria das acessibilidades bem como o cumprimento dos compromissos assumidos”.
No mesmo comunicado, o PCP recorda que a nova ponte é, “a par do metro”, uma “infraestrutura que os trofenses conhecem meramente no papel”.
Pedro Nuno Santos anunciou que a nova ponte sobre o Rio Ave, inserida no projeto da variante à EN14, deverá estar concluída em 2025. O ministro respondia a uma interpelação do deputado famalicense Eduardo Oliveira, do PS, acrescentando que o investimento ronda os 50 milhões de euros, fundos que virão do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Edição 766
Memórias e Histórias da Trofa: O testamento luso-espanhol de António José de Oliveira Campos
Quem estuda história, ou simplesmente vai lendo documentação avulsa para adquirir mais conhecimento, como é o exemplo daqueles indivíduos de uma determinada idade que na Biblioteca Pública Municipal do Porto solicitam para consulta o Diário de Governo, sabe que este tipo de documentação que é produzida pelos Governos na fase inicial da época contemporânea irá permitir encontrar uma enorme diferença de textos informativos, alguns com situações que aos olhos do presente seriam estranhas.

Quem estuda história, ou simplesmente vai lendo documentação avulsa para adquirir mais conhecimento, como é o exemplo daqueles indivíduos de uma determinada idade que na Biblioteca Pública Municipal do Porto solicitam para consulta o Diário de Governo, sabe que este tipo de documentação que é produzida pelos Governos na fase inicial da época contemporânea irá permitir encontrar uma enorme diferença de textos informativos, alguns com situações que aos olhos do presente seriam estranhas.
A publicação de um testamento em pleno Diário do Governo era exemplo disso. O testamento de António José de Oliveira Campos que falecia em território espanhol, ainda no estado solteiro e sem descendentes que fossem conhecidos, tendo falecido concretamente em Santa Eulália de Mondariz, diocese de Tuy, que é província de Pontevedra.
Afirmava-se que tinha património dos dois lados da fronteira, o que fazia com que o seu testamento fosse devidamente analisado, com os seus pais a serem os seus herdeiros.
Os seus pais eram Bernabé José de Oliveira e Bernardina Maria de Campos e estavam a proceder, como manda a lei, na tentativa de serem os legítimos herdeiros do seu filho recentemente falecido.
Estávamos a 31 de agosto de 1893 e o escrivão Guilherme da Costa Leite informava que não iria haver audiências nas segundas e quintas-feiras de cada semana, sendo que sempre que fosse dia santo, a audiência passava para o dia útil seguinte.
Assiste-se a um processo com elevada carga burocrática que não era de todo aconselhável para quem ainda estava a realizar o seu luto, mas também a comunicação não era de todo facilitada devido às dificuldades para a sua concretização.
Ocorreu uma pesquisa pela informação relativamente aos bens que estariam a ser arrematados pela herança, mas não foi possível encontrar a mesma, devendo referir, todavia, que o facto de o indivíduo estar em Espanha, possuir património nos dois lados da fronteira pode e deve ser encarado como um sinal que falamos de alguém que tinha um certo estatuto social e, obviamente, também económico.
Edição 766
Escrita com Norte: O falecido

Como nem todos à volta da mesa se conheciam bem e tinham vontade de ser levados a sério, apesar dos assuntos banais, a conversa mantinha-se quase de “estado”, conferida pela expressão sisuda e o tom solene das palavras. Depois de um transmitir que não deita açúcar no café e outro revelar que usa braçadeiras na piscina, o Tone pede desculpa por ser mensageiro de uma triste notícia e diz – O nosso conhecido Tino, hoje, acordou morto!
Depois de hora e meia de conversa da treta com postura hirta, três pessoas deste grupo relaxam e mostram os dentes a esboçar, vergonhosamente, um riso e intervenho – Não se riam! – e conto a estória do Berto.
Era uma vez o Berto, homem de família, que por ser casado com uma mulher e ter uma filha, a quem oferecia bonecas em criança, e um filho, com quem jogava à bola, era conotado como ultraconservador. De segunda a sexta tentava não se deitar tarde, já que o despertador teimava em cumprir a sua missão, despertá-lo sempre às sete e meia.
Numa noite, de quarta para quinta, o coração de Berto deixou de funcionar durante o sono sem que ele o tenha notado e, quando o despertador toca, Berto acorda falecido! Levanta-se, trata da sua higiene e desce para a cozinha onde já lá estão os filhos e a sua mulher, que com os afazeres domésticos e a canalha não olha para o marido, com olhos de ver, há dez anos.
A pequena, ao ver o pai, levanta-se da mesa e vai ter com a mãe:
– Mamã, o papá está morto.
A esposa vira-se e olha para o marido com olhos de ver – É verdade! Ele está morto! – pensa para si. Mas como era o último dia do mês, e para esse dia não ser descontado no ordenado, não o avisa do falecimento e Berto sai de casa às oito e trinta.
No local de trabalho pica o cartão e até à saída não falou com ninguém, sem ninguém ter notado nele…
Estranho, ninguém ter reparado no Berto – digo eu ao grupo que ouvia a estória com atenção, e prossigo – Está bem que ele era calmo e para o paradito, mas daí a não verem que estava morto!
… Apesar da condição de falecido, sem ainda o saber, só pensava na futebolada dessa noite com os amigos no pavilhão do ciclo local.
Na hora em que Berto entra no pavilhão, a esposa entra na funerária, para escolher o caixão,
(caso durante o dia ninguém o tivesse avisado que estava morto, ela própria o diria à noite, quando Berto chegasse a casa)
Apesar de Berto não estar nos seus dias, onde a personalidade um pouco apagada durante o dia se mostrava mexida no jogo da bola, nos últimos segundos da partida, com o empate no marcador, recebe a bola, finta dois, finta o guarda-redes e, com a baliza aberta, prepara o remate para o golo da vitória e Tó, o seu melhor amigo, que não gosta de perder nem a feijões e joga na equipa adversária, berra:
– Ó BERTO, TU BATESTE A BOTA.
Este cai, estatelando-se no chão sem sinais de vida, e a bola, como muitas vidas de valor relativo, saiu pela linha de fundo!

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