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Alunos trocam telemóveis pelos livros numa noite na biblioteca

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Deixaram os telemóveis de lado e trocaram o conforto do lar por uma noite entre os livros. Na noite de 24 para 25 de abril, a Biblioteca da Escola Básica 2/3 do Castro, em Alvarelhos, acolheu a iniciativa “Noite das Estrelas e dos Sentidos”, que convidou os alunos a viver uma experiência única, feita de imaginação, introspeção e partilha.
“A ideia é dormir entre os livros, até porque estes alunos vão mudar de escola, e esta é uma oportunidade de levarem uma memória da biblioteca, que os foi acompanhando ao longo do percurso escolar”, explicou Mónica Loureiro, coordenadora da biblioteca.
Além de atividades que desafiaram os sentidos, a iniciativa teve como objetivo ajudar os alunos a refletir sobre o autoconhecimento. “Eles são as estrelas e faremos várias atividades com a ajuda dos livros. Vamos trabalhar algumas ferramentas de autodesenvolvimento, para eles perceberem que podem ter alguma responsabilidade e fazer escolhas mais conscientes do percurso de vida. Os livros, às vezes, ajudam-nos a encontrar o caminho para quando estamos um bocadinho mais desorientados”, referiu ainda Mónica Loureiro, sublinhando que a noite foi também espaço para “conviver, conversar e falar de alguns temas que normalmente não abordam com tanta frequência”.
Para Sara Couto, aluna do 9.º ano, a experiência foi “um daqueles sonhos que alimentamos em criança de dormir na escola”, mas foi também uma celebração daquilo que a move diariamente: os livros. “Gosto de ler, porque quando eu leio sinto como se estivesse a viver a história, como se as personagens fossem minhas amigas, o que faz com que no final do livro eu ainda sinta saudades das personagens durante uma ou duas semanas”, partilhou. “A leitura ajuda-me a ter mais criatividade, imaginação, a descontrair quando estou mais nervosa ou quando tenho de me focar”, acrescentou a jovem, que assume não usar muito as redes sociais. “Normalmente prefiro ler em vez de estar no Instagram ou no TikTok”, assumiu.
Numa era marcada pelo domínio das tecnologias, manter o gosto pela leitura é um desafio constante. “Temos leitores diferentes. Normalmente, os rapazes têm gostos diferentes das raparigas, temos leitores que devoram livros, leem muito, e outros que gostam de saborear o livro. Temos alunos que vão mantendo o hábito de leitura ao longo da escolaridade, claro que o 2.º ciclo é sempre a faixa etária onde os alunos procuram mais o livro. E os mais velhos, que são verdadeiramente leitores, foram habituados desde pequenos a ler e mantêm esse bom hábito”, explicou Mónica Loureiro.
Ainda assim, reconhece que “na generalidade há uma diminuição”, motivada pela concorrência das tecnologias, que “vieram ocupar um espaço muito grande” na vida dos jovens. “São muito mais fáceis de aceder, dão muito menos trabalho. Os alunos deixam entrar essa forma de ocupar o tempo e tiram-no à leitura. E a leitura é um ato solitário, e cada vez menos temos facilidade de estar sozinhos, apesar de ser uma porta para muitos mundos. Quando não se é leitor, não se sabe isso”, argumentou a docente.
Para quem ainda tem dúvidas, Mónica Loureiro sustenta-se na experiência de anos para atestar a leitura como ferramenta fundamental para o sucesso escolar e pessoal: “Um aluno que lê é um aluno que tem uma possibilidade de sucesso quase garantida. Nota-se muito a diferença entre os alunos leitores e os que não são. É algo que todos os anos pedimos aos pais, que os estimulem a ler, porque percebe-se a diferença em várias dimensões. Não só no sucesso escolar, mas em toda a capacidade que o aluno, como pessoa, vai ter de lidar com as situações que vão surgindo, como, por exemplo, a adolescência”.
A professora deixa, ainda, um conselho às famílias: “Continuem a ler aos filhos, não parem de ler só porque eles entraram no 1.º ciclo. Ainda hoje, nós lemos muito para os nossos alunos. Temos um projeto que é o ‘10 minutos a ler’ em que lemos para os alunos, e percebemos que isso é benéfico para eles”.

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