Crónicas e opinião
Opinião: A Prova dos 9 da União Trofense!
“Transparência significa publicar não apenas a lista de pelouros, mas também o programa comum que sustenta a união, com metas, prazos e indicadores de avaliação! Mas, onde está esse programa?”
O contexto político trofense vive uma situação inédita. Após as eleições autárquicas de 2025, ocorreu assinatura de um acordo de governação entre os Unidos pela Trofa e a coligação Trofa em Primeiro, válido até 2029. Distribuiu-se pelouros e delegou-se responsabilidades!
À primeira vista, esta união pode ser vista como sinal de maturidade democrática. Num tempo de fragmentação política, ver partidos diferentes a encontrar pontos de convergência transmite a ideia de pragmatismo. O discurso oficial reforça essa perceção ao afirmar que o objetivo é colocar “os trofenses acima de qualquer interesse partidário”.
Exige-se transparência absoluta!
Que acordo e em que termos foi assinado? Público ou guardado nos bastidores?
Que cedências foram feitas por cada coligação?
Que orçamento está previsto para concretizar os objetivos definidos?
Como funcionará a decisão dentro de um executivo partilhado entre representantes que se apresentavam como alternativas?
Que partes dos programas eleitorais foram negociadas e integradas?
Sem respostas claras, os cidadãos não sabem se o acordo é apenas uma soma de intenções! Estas perguntas não são detalhes técnicos; são o coração da legitimidade democrática.
Os representantes eleitos pelo povo trofense não podem esquecer que foram escolhidos para servir os cidadãos e não para negociar em silêncio. Um acordo político que não é conhecido pelos munícipes corre o risco de ser visto como pacto opaco, alimentando desconfiança e afastamento da participação cívica.
Transparência significa publicar não apenas a lista de pelouros, mas também o programa comum que sustenta a união, com metas, prazos e indicadores de avaliação! Mas, onde está esse programa? O acordo não pode ser reduzido a uma mera alternância de presenças em inaugurações de lojas, festas ou almoços. Se for apenas isso, transforma-se num pacto de conveniência sem impacto real na vida dos cidadãos!
Sem clareza, o risco é que o pacto seja interpretado como arranjo de poder. E os trofenses têm o direito de saber: Que compromissos foram assumidos em seu nome? Que projetos estruturantes estão previstos para mobilidade, urbanismo, ambiente ou cultura? Como será garantido que as decisões não ficam reféns de disputas internas entre coligações com agendas distintas?
O que deve ser feito?
1.º: transparência absoluta: os termos devem ser claros e públicos.
2.º: um programa comum sólido, com metas verificáveis, materializado num orçamento, e não apenas divisão de pelouros.
3.º: participação cidadã, permitindo que os trofenses acompanhem e avaliem a execução.
Sim, quero resultados esperados, concretos e visíveis, com medidas negociadas entre programas eleitorais inscritas e financiadas no orçamento municipal.
O atual contexto político da Trofa representa um verdadeiro teste à responsabilidade e ao compromisso democrático dos seus representantes, eleitos pelo povo trofense. A união atual não pode ser vista apenas como um arranjo político ou estratégico; ela só será legítima se for acompanhada de uma prática efetiva de transparência e de prestação de contas materializada num Orçamento!
A confiança dos trofenses será conquistada não apenas com discursos, mas com resultados tangíveis, políticas públicas eficazes e uma gestão que reflita o compromisso com a melhoria da sua qualidade de vida!
Que 2026 seja um ano de prosperidade, marcado por projetos que tragam oportunidades e qualidade de vida para todos.
BOAS FESTAS, TROFA!


